Saída de Marlon Anderson do Hospital Getúlio Vargas, nesta quinta-feira (05). Estefan Radovicz

Rio- O jovem Marlon Anderson Cândido, de 23 anos, recebeu alta médica do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha Circular, Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira (5). Ele havia sido baleado e estava sob custódia desde a última segunda-feira (2). Porém, na quarta-feira (4), ganhou o direito de responder a investigação em liberdade, após decisão do Judiciário em audiência de custódia. Agora, o rapaz afirma que vai buscar justiça.
"Pretendo ir atrás da justiça, isso não vai e não pode ficar assim. Eu estava saindo da minha casa para ir ao trabalho, não participei de confronto nenhum, nem arma eu tenho. Eu realmente corri quando ouvi os tiros, mas foi para me proteger, foi quando eu senti um tiro vindo por trás", lembra o rapaz. Marlon vai ficar 15 dias em repouso em casa.
O jovem também agradeceu a todo o apoio que recebeu nos últimos dias. "Eu estou sem palavras. Não sabia que eu era tão querido assim. Só tenho a agradecer a todas as pessoas que acreditaram em mim", disse ele, que ainda não sabe como será a vida após todo o ocorrido. "Eu só vou saber como vão ficar as coisas quando eu sair do repouso e retomar minha rotina".
Segundo a polícia, ele teria participado de um confronto com agentes de segurança durante uma operação na comunidade CCPL, em Benfica, também na Zona Norte, no último dia 2. Parentes e conhecidos afirmam que Marlon não tem qualquer envolvimento com o crime e a Defensoria decidiu intervir judicialmente em nome do rapaz.
Na saída do hospital, o clima foi de alívio e felicidade para o pai e a irmã do jovem, que foram até o local buscá-lo. Depois de quatro dias de incertezas sobre o futuro do jovem, agora ele seguirá para casa e reencontrará a família. Marlon foi atingido na perna e foi socorrido por moradores.

Após assumir o caso, a Defensoria Pública afirmou, através do ouvidor-geral da instituição, Guilherme Pimentel, que a situação "preocupou muito porque é um desses casos que tem fortes indícios de injustiça contra ele e portanto uma criminalização indevida".

Durante a semana, familiares e amigos do rapaz iniciaram uma campanha na internet para provar a inocência dele. Um grupo de pessoas próximas realizou um protesto na unidade hospitalar, pedindo a liberdade do jovem.

Em uma rede social, as irmãs de Marlon comentaram a decisão da Justiça. "Deus é justo" e "Justiça de Deus não falha", desabafaram, aliviadas.