Carmem Dias da Silva foi morta a facadas pelo namorado na RocinhaReprodução/Redes sociais

Rio - Mais uma mulher entrou para a triste estatística de feminicídio no Estado do Rio de Janeiro neste ano. Carmem Dias da Silva foi assassinada a golpes de faca pelo namorado, identificado como Wendel Luka da Silva Virgílio, de 25 anos, na tarde deste domingo (8), na Rocinha, Zona Sul do Rio. O suspeito conseguiu fugir após o crime, mas foi preso horas depois por policiais da UPP Rocinha.
Wendel Luka da Silva Virgílio, de 25 anos, foi preso por policiais da UPP Rocinha - Divulgação
Wendel Luka da Silva Virgílio, de 25 anos, foi preso por policiais da UPP RocinhaDivulgação
Uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve na residência e atestou a morte de Carmem. De acordo com as primeiras informações, o crime aconteceu na localidade Rua 2, na parte alta da comunidade, na casa de Wendel. O casal teria tido uma briga quando o homem golpeou a vítima.

A ocorrência foi registrada na 11ª DP (Rocinha) e será encaminhada à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Violência contra a mulher em 2023
O ano mal começou e já há registros de feminicídios e tentativas de feminicídios no Estado do Rio de Janeiro. No primeiro dia ano, a jovem Stephany Ferreira do Carmo, de 24 anos, foi esfaqueada no pescoço após uma briga com o namorado Adriano Quirino da Silva. A moça foi agredida na frente do filho dela de 7 anos. Adriano foi preso na manhã desta terça-feira (3). De acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Saúde, Stephany segue em estado grave na UTI do Hospital Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte.
No segundo dia do ano, outras duas mulheres também foram vítimas de ex-companheiros. A estudante Gabriela Souza, de 27 anos, foi morta na manhã de segunda-feira (2) no Parque São José, em Belford Roxo. O principal suspeito é o ex-marido Fábio Araújo da Silva. Segundo informações da Polícia Civil, a briga começou pois ele queria ver mensagens no celular da jovem, que não permitiu a invasão de privacidade. O homem foi preso em flagrante por policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) na segunda-feira (2) por feminicídio e confessou o crime.
No mesmo dia, a empresária Rosilene de Azevedo da Silva, de 39 anos, foi morta com quatro tiros disparados pelo ex-companheiro, o também empresário Thiago Oliveira Souza, de 41 anos, na manhã de segunda-feira (2), em uma peixaria de Cabo Frio. O homem fugiu após o crime, mas foi preso na tarde de terça-feira (3).
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que a prioridade do seu governo será o combate à violência contra a mulher. "Proteger a mulher em nosso estado é uma missão que assumo como governador do Rio de Janeiro. O combate ao feminicídio, esse crime bárbaro, é uma prioridade absoluta na nossa gestão", disse Castro em seu discurso de posse. Ele ainda afirmou que criará a Secretaria da Mulher, que atuará de forma transversal com outras pastas e com as polícias Militar e Civil no combate ao feminicídio.
Estado do Rio registra recorde de feminicídios em 2022
Mesmo com dados disponíveis apenas até o mês de outubro, 2022 já é o ano mais letal para as mulheres desde 2016 no estado do Rio - quando começaram a ser computados estes indicadores. De acordo com os números do Instituto de Segurança Pública (ISP), nos dez primeiros meses deste ano foram 88 feminicídios. O número já ultrapassou todo o ano passado, quando foram registrados 85 assassinatos contra mulheres por motivação de gênero.

Já o número de tentativas de feminicídio ainda está abaixo de todos os anos do levantamento, exceto 2016, quando apenas três meses foram contabilizados. No entanto, a média de casos registrados por mês em 2022, de 23,5, totalizando 235, é a terceira maior Apenas 2019 (27,3) e 2018 (24), estão acima. Nestes anos, foram contabilizadas 334 e 288 tentativas, respectivamente.