O prefeito Eduardo Paes suspendeu férias e licenças para reforçar segurança na cidadeArquivo/Cleber Mendes/Agência O Dia

Rio - Visando reforço na segurança da cidade, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD) suspendeu as férias de licenças de agentes da Guarda Municipal e os convocou a se apresentarem ao serviço. A medida ocorre após as invasões e depredações de bolsonaristas no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto e na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), e das ameaças de interdições no Rio de Janeiro. O decreto foi publicado no Diário Oficial do município desta segunda-feira (9).

No decreto, Paes justifica a decisão por conta dos "graves acontecimentos ocorridos em Brasília, que deram azo a decretação de intervenção federal no Distrito Federal, com o objetivo de pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública naquela unidade federativa, marcado por atos de violência e invasão de prédios públicos".

Além disso, ele também fala sobre a "necessidade de prevenção e proteção da ordem pública no âmbito do Município do Rio de Janeiro, especialmente a salvaguarda da integridade física da população, de seu direito de ir e vir, bem como da incolumidade dos bens e patrimônios públicos".

Na noite de domingo (8), por meio das redes sociais, Paes já havia anunciado a suspensão de folgas e licenças médicas dos agentes. A partir da publicação do decreto, os guardas municipais do Rio passaram a trabalhar em escalas de 24 horas por 24 horas.

Ameaças de bolsonarisas contra à Reduc

O comando do 15º BPM (Duque de Caxias) reforça o policiamento da região da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) desde a noite deste domingo (8), com auxílio Batalhão de Choque, após um alerta de que o local poderia ser alvo de ataques bolsonaristas.

Neste domingo, grupos de bolsonaristas estavam se mobilizando e convocando uma manifestação na refinaria a partir da madrugada desta segunda-feira, com objetivo de impedir a distribuição de combustíveis.

Por meio das redes sociais, o governador do Rio Cláudio Castro (PL) se manifestou contra os ataques bolsonaristas e garantiu que forças de segurança vão reforçar o policiamento em possíveis pontos de manifestação. Até o momento, não houve registro de manifestações ou ataques à refinaria por parte de grupos bolsonaristas.

Atos antidemocráticos em Brasília

Um grupo de bolsonaristas radicais furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF ) neste domingo invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e depredaram o interior dos prédios. Os atos antidemocráticos são organizados por eleitores movidos por intenções golpistas que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas em 2022. O presidente decretou intervenção federal no Distrito Federal com o objetivo de "pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública". O secretário executivo para o cargo de interventor é o Ricardo Garcia Cappelli.

Policiais militares tentaram conter os vândalos com uso de spray de pimenta, no entanto, eles invadiram as áreas de contenção que cercava os prédios públicos. Faixas com as inscrições "Lula na cadeia", "intervenção militar", "supremo é o povo" e "Bolsonaro presidente" estão sendo erguidas no meio da manifestação.

Os bolsonaristas atacaram primeiro o prédio do Congresso, enfrentaram os policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas. Eles também quebraram o vidro entrando pelo Salão Nobre e subiram para o terceiro andar, onde fica o gabinete do presidente Lula. O térreo do local foi totalmente destruído.

Após a tomada do Congresso, um grupo menor de extremistas também se dirigiu ao Palácio do Planalto, sede do governo federal. Os bolsonaristas radicais chegaram até o quarto andar e depredaram a sede do Poder Executivo. Quebraram obras de arte, portas e uma mesa de vidro.

Os vândalos ainda foram em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), principal alvo dos bolsonaristas nos últimos anos, e também conseguiram invadir o prédio. As vidraças do prédio do STF também foram quebradas e uma parte dos bolsonaristas chegou até o plenário da corte, que também foi totalmente depredado.