Novas imagens obtidas pelos agentes mostram que o bombeiro foi arrastado por mais de 50 metros pela via antes que o motorista parasse o ônibusReprodução

Rio – A 12ª DP (Copacabana) indiciou, nesta quarta-feira (11), o motorista Valdir das Mercês Junior, de 29 anos, pelo atropelamento e morte do bombeiro Gilson Castro Silva, de 58 anos, ocorrido no dia 1º de janeiro em Copacabana, Zona Sul do Rio. Segundo a Polícia Civil, investigações determinaram que houve clara intenção do acusado em atropelar a vítima e, portanto, foi solicitado à justiça que a sua prisão temporária seja convertida em preventiva.
Novas imagens obtidas pelos agentes mostram que o bombeiro foi arrastado por mais de 50 metros pela via antes que Valdir parasse o ônibus. De acordo o delegado André Leiras, titular da 12ª DP, a polícia verificou também que o motorista mentiu em seu depoimento dado no dia do acidente, tendo afirmado que viu a vítima saindo da frente do veículo antes de seguir viagem.
Após a polícia ter analisado todos os vídeos obtidos e ouvido múltiplas testemunhas, Valdir foi indiciado pela prática de homicídio doloso (quando há intenção) duplamente qualificado, “por motivo fútil e por recurso que tornou impossível a defesa da vítima”.
Enterro
O bombeiro foi enterrado no dia 4 de janeiro no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio. A despedida causou grande comoção à família, que clamou pela punição do responsável pela morte do parente.
"A gente quer justiça, a gente merece justiça pelo meu tio, pois ele tinha essa fome de justiça. A gente quer que ele (o autor do crime) seja punido, preso, pois foi homicídio doloso, ele arrastou a cabeça do meu tio, ele passou por cima, o meu tio caiu se protegendo e ele foi lá e matou o meu tio", comentou aos prantos Daniele Ferreira Castro, sobrinha de Gilson. "Eu perdi o meu chão, ele (o autor do crime) acabou com a nossa família, com o nosso ano, com tudo", adicionou.
A enfermeira acredita que, momento do acidente, Gilson estava tentando parar o ônibus por alguns minutos para pessoas embarcarem. "É muita revolta porque o meu tio era bombeiro, então acho que ele queria, naquele momento, ele queria organizar para as pessoas poderem entrar no ônibus. O meu tio salvou muitas vidas, ele não merecia um fim desses", disse ela.