Movimentação na rua do hospital naval Marcílio Dias, próximo do complexo do Lins zona Norte, do Rio de Janeiro, onde uma senhora foi baleada na operação policial, na manhã desta terça-feira (17). Érica Martin

Rio - Uma mulher identificada como Ieda Vidal do Carmo foi baleada durante a Operação Toniquete, da Polícia Civil, no Complexo do Lins, na Zona Norte, nesta terça-feira (17). De acordo com a polícia, a perícia foi acionada para o local e constatou que a vítima foi atingida por um tiro de pistola disparado por criminosos contra os policiais. Além disso, outros seis disparos atingiram o blindado. Durante a ação, 11 pessoas foram presas por envolvimento em roubos de veículos, de cargas, receptação e clonagem de automóveis; e seis veículos foram recuperados.
Ieda foi socorrida por agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis e encaminhada ao Hospital Marcílio Dias, no Lins Vasconcelos, onde passou por cirurgia para retirar a bala. Segundo informações, o seu estado de saúde é estável.
Em nota, a Civil disse ainda que dois tiros atingiram a torre da viatura e quatro os para-lamas dianteiros, mesma posição em que se encontrava a mulher. Estojos foram recolhidos no local, inclusive um projetil foi encontrado na lanterna do blindado.

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Operação Torniquete, da Polícia Civil, deixou uma mulher ferida, no Complexo do Lins, nesta terça-feira (17) Érica Martin / Agência O Dia
Operação Torniquete, da Polícia Civil, deixou uma mulher ferida, no Complexo do Lins, nesta terça-feira (17) Érica Martin / Agência O Dia
Mulher baleada durante a Operação Torniquete, da Polícia Civil, no Complexo do Lins, foi encaminhada para o Hospital Naval Marcílio Dias Érica Martin / Agência O Dia
Operação Torniquete, da Polícia Civil, deixou uma mulher ferida, no Complexo do Lins, nesta terça-feira (17) Érica Martin / Agência O Dia
Operação Torniquete, da Polícia Civil, deixou uma mulher ferida, no Complexo do Lins, nesta terça-feira (17) Érica Martin / Agência O Dia
Mulher foi baleada durante Operação Torniquete, da Polícia Civil, no Complexo do Lins, nesta terça-feira (17) Érica Martin / Agência O Dia
Mulher baleada durante a Operação Torniquete, da Polícia Civil, no Complexo do Lins, foi encaminhada para o Hospital Naval Marcílio Dias Érica Martin / Agência O Dia
Policiais Civis realizam operação no Complexo do Lins desde o início da tarde desta terça Pedro Ivo/Agência O DIA
Policiais Civis realizam operação no Complexo do Lins desde o início da tarde desta terça Pedro Ivo/Agência O DIA
Policiais Civis realizam operação no Complexo do Lins desde o início da tarde desta terça Pedro Ivo/Agência O DIA
Policiais Civis realizam operação no Complexo do Lins desde o início da tarde desta terça Pedro Ivo/Agência O DIA
Policiais Civis realizam operação no Complexo do Lins desde o início da tarde desta terça Pedro Ivo/Agência O DIA
Policiais Civis realizam operação no Complexo do Lins desde o início da tarde desta terça Pedro Ivo/Agência O DIA
Durante a operação que contou com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), helicópteros, veículos blindados e intensos confrontos foram registrados na comunidade. Nas redes sociais, moradores compartilharam os momentos de tensão.
No início da tarde policiais civis ainda fizeram uma varredura dentro de um condomínio na Rua Araujo Leitão, no Engenho Novo, em que os fundos dar para o Morro do Amor, no Complexo do Lins.
Roubo de veículos
A operação da Delegacias de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e de Cargas (DRFC) com apoio da Core teve o objetivo de combater roubos de veículos e de cargas na região. A ação foi baseada em dados de investigação e de inteligência do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), analisados conjuntamente com informações do Instituto de Segurança Pública (ISP) e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (SSINTE). 

De acordo com as investigações, o Complexo do Lins se tornou uma das bases operacionais de uma das maiores facções criminosas de traficantes do estado do Rio de Janeiro. A quadrilha fornece armamento pesado (fuzis, pistolas e granadas) para a prática de roubos de veículos e de cargas, cometidos em diversos bairros da capital e municípios da Região Metropolitana e da Baixada Fluminense.

"Alguns desses crimes resultaram, inclusive, na morte de vítimas que, na maioria dos casos, sequer reagiram durante os assaltos. Um dos casos ocorreu no dia 27 de maio do ano passado, no bairro Méier, na Zona Norte. Durante um roubo de veículo, André Luís Monteiro de Almeida foi baleado pelos bandidos ao defender sua esposa, que tentava sair do carro", explicou a Civil.

Ainda segundo os agentes, o produto desses assaltos, veículos e cargas é levado para o Complexo do Lins e para outras comunidades dominadas pela mesma facção criminosa. As investigações revelam que nessas regiões ocorrem diversos crimes, tais como:

- Armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores;
- Clonagem de veículos para posterior revenda ou troca por armas e drogas;
- Desmanche de carros para revenda de peças;
- Uso dos automóveis roubados pelas quadrilhas para deslocamento e cometimento de outros crimes;
- Cativeiro para realização de transferências via PIX; entre outros.
 
Outro caso

Outra operação no Complexo do Lins, em 2021, matou Kathlen Romeu, de 24 anos que estava grávida. Ela foi atingida por um tiro de fuzil no peito durante uma visita a sua avó.

Kathlen chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos, logo após chegar ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte. A operação na época era da Polícia Militar. As investigações não concluíram quem fez o disparo que matou Kathlen, mas indicaram que quem puxou o gatilho foi um agente da PM.

De acordo com o relatório divulgado pelo Fogo Cruzado no início do mês, em seis anos, 1.000 pessoas foram vítimas de balas perdidas no estado do Rio