PM apreende uma pistola 9mm e um revólver calibre 38 em um esconderijo de armas da milícia, no TerreirãoDivulgação / PMERJ

Rio - A Polícia Militar (PM) localizou, na noite da última terça-feira (17), um esconderijo da milícia na comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Na ação, apesar de não ter havido prisões, os agentes apreenderam armas e munições no local.

De acordo com informações da PM, equipes da Corregedoria Geral de Polícia Militar e do Comando de Operações Especiais (COE) foram checar denúncias, recebidas pelo setor de inteligência da corporação, sobre um esconderijo de milicianos que funcionava em um depósito de bebidas, na Rua do Arquiteto.

No local, os policiais apreenderam uma pistola calibre 9mm, um revólver 38, dois carregadores e 40 munições. O gerente do estabelecimento foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos e acabou liberado em seguida.

O caso foi registrado na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes).

Em setembro do ano passado, outro esconderijo de armas foi desativado na mesma comunidade, dessa vez Polícia Civil. Na ocasião, foi apreendida uma grande quantidade de armamentos e munições de diversos calibres, além de facas, granadas, réplicas de pistolas, equipamentos de 'gatonet' e rádios-transmissores.

Um morador da comunidade, que preferiu não se identificar, contou que locais servindo como esconderijos de armamento são comuns na favela, que é dominada por um grupo paramilitar.

"Aqui é normal isso, eles obrigam a esconder arma em vários estabelecimentos. Intimidam os donos mesmo e, se não fizer o que mandam, você vira estatística. Quem defende esse tipo de grupo criminoso dizendo que são melhores que o tráfico, não conhece a realidade. Queria poder viver em uma cidade sem nenhum poder paralelo e não com vários disputando território", desabafou.

A região é controlada por uma milícia independente, liderada por Cláudio Paulo Cristovam, conhecido como Sombra, e André Costa Barros, o Boto, que teriam boas relações com Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da Liga da Justiça, maior grupo paramilitar do Rio.

Zinho ascendeu ao comando da organização depois da morte do irmão, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, em junho de 2021. A milícia da dupla disputa territórios em diversos pontos da Zona Oeste com o grupo do rival Danilo Dias Lima, o Tandera.