Rio - Homens que se intitulam "justiceiros" de Copacabana, na Zona Sul do Rio, aparecem em novas imagens espancando um jovem na Rua Djalma Ulrich, no referido bairro, na noite de terça-feira (5). Em um vídeo que circula nas redes sociais, gravado por um dos integrantes do bando, é possível ver pelo menos sete homens agredindo o rapaz na cabeça, nos braços e pernas com socos, chutes e até pauladas.
Vejam as imagens abaixo.
Aviso de imagens fortes!
Vídeo mostra jovem sendo espancado por 'justiceiros' em Copacabana, na Zona Sul do Rio, após onda de assaltos no bairro
Durante as agressões, um dos homens questiona o jovem: "Cadê a faca?", e o menino responde: "Não tenho faca, não". Os socos e chutes, então, continuam. Há ainda outros vídeos que circulam nas redes sociais que mostram o mesmo grupo circulando em bando pelas ruas de Copacabana em busca dos suspeitos de praticar roubos em série no bairro. Segundo o Código Penal brasileiro, fazer justiça com as próprias mãos é crime.
O que dizem as polícias
A Polícia Civil informou que está monitorando o 'grupo de justiceiros' e disse que as investigações estão em andamento para identificar os envolvidos e esclarecer os fatos. Já o secretário de Segurança Pública do Rio, Victor César Carvalho dos Santos, repudiou as atitudes, chegando a comparar o comportamento do grupo ao de milicianos, e afirmou que todos estão sendo acompanhados.
"Trata-se de um grupo que se acha acima do bem e do mal, no direito de fazer justiça com as próprias mãos. E então praticam crimes com o objetivo de evitar crimes. Na verdade, todos eles são criminosos. O justiceiro é criminoso", disse Victor César em entrevista ao programa 'Estudio i', da GloboNews, nesta quarta-feira (6).
A Polícia Militar vai ter reforço na segurança após onda de violência em Copacabana. Uma reunião entre representantes de forças de segurança estaduais e municipais do Rio de Janeiro definiu, na tarde desta quarta-feira (6), alterações no esquema de policiamento em Copacabana.
A principal novidade é que o comando da Polícia Militar vai reforçar o policiamento da Operação Verão em Copacabana a partir do fim da tarde, com a formação de um corredor de segurança, que consiste na distribuição de viaturas ao longo da Avenida Nossa Senhora de Copacabana das 18h às 23h. Em seguida, o corredor será reposicionado ao longo da Avenida Atlântica com objetivo de atender a moradores e turistas que frequentam o calçadão e os quiosques. Além disso haverá uma melhor distribuição do policiamento e intensificação nas abordagens.
Criação do grupo
A iniciativa dos 'justiceiros' ocorreu após o ataque sofrido pelo empresário Marcelo Rubim Benchimol, de 67 anos. Ele foi agredido e roubado em Copacabana por um grupo de jovens no domingo passado (3). A ação foi flagrada por câmeras de segurança. A vítima recebeu um soco no rosto e caiu desacordada. Antes da agressão, os suspeitos ainda tentaram assaltar uma mulher que passava pelo local.
O professor de jiu-jítsu Fernando Pinduka fez uma convocação aos mais de 100 mil seguidores. Na publicação, ele afirma que está indignado com "os últimos episódios ocorridos em Copacabana, agressões e covardias comandadas por vagabundos, assaltantes e desordeiros contra pessoas de bem".
Pinduka pede, ainda, ajuda das academias e lutadores da região. "Seria fantástico um engajamento das academias e de lutadores da localidade participando dessa ideia, abraçando o projeto de limpeza em Copacabana", escreveu. Na postagem, o professor afirma que não está estimulando a violência, mas sim "estimulando alguma maneira de proteger à nós mesmos, nossos familiares e as pessoas do bem que estão sendo humilhadas nas ruas". Ele relembrou ainda que nos anos 90 foi realizado "uma patrulha de proteção". Disse que, na ocasião, deu certo e teve "um verão mais tranquilo".
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