A sapataria da Galeria Condor ficou completamente destruídaReginaldo Pimenta/Agência O DIA
Após um fim de semana de muita fuligem e cheiro de queimado, Gustavo contou que alguns atendimentos no prédio voltaram a acontecer nesta segunda (11) e terça-feira (12).
"Ontem foi o primeiro dia que funcionou mais pesado, porque não é só galeria, é um prédio, ali tem médicos, dentistas, clínicas e advogados. Mas a fiação que a Light botou não aguentou e tiveram que desligar durante uma hora e meia. Então eles desligaram e ficaram de religar, mas eu tive que vir pra casa. O rapaz do TI conseguiu recuperar todos os dados do meu computador, então tô trabalhando de casa, porque a gente tá fechado, mas as contas continuam aparecendo, não param", disse.
Sobre os prejuízos, Gustavo contou que não esperava que a loja estaria tão danificada e que se surpreendeu ao conseguir entrar no estabelecimento e ver que perdeu praticamente tudo.
"Na sexta eu não tinha entrado na loja ainda porque ela estava muito quente e com muita fuligem. Então, eu resolvi ir na delegacia e fazer o BO. Eu imaginei que minha loja tivesse bem danificada, mas que eu tivesse um custo relativamente baixo, eu imaginei uns R$ 400/450 mil, mas isso não dá nem pro começo, eu vou ter um custo de R$1,5 milhão ou mais", explicou.
O empresário acredita que devido a perda total dos seus equipamentos e produtos, além da estrutura do salão, não será possível fazer uma reabertura antes do final de janeiro.
"A loja está toda cheia de fuligem, nada vai prestar ali dentro, o cheiro que ali fica é impraticável para um salão de beleza. Eu acho que não abro antes do final de janeiro, vou entrar em fevereiro com obra, e eu não sei o que vou fazer com funcionários, apesar de ter seguro é um transtorno sem igual. Estou meio perdido!", lamentou.
Em relação a energia, Gustavo disse que chegou a contratar um engenheiro para ir até o local nesta quarta (13) para tentar estabelecer uma luz emergencial, já que sua fiação também foi danificada com o incêndio. Ele explica que chegou a receber uma representante da Light que informou que a concessionária irá arcar com os custos relacionados a parte elétrica.
"Eu só entro na minha loja com lanterna. Segunda eu tive uma visita da Light que disse que eles vão se responsabilizar por toda parte elétrica, tudo que eu tiver de elétrico. No caso, eu tenho 8 computadores, 4 televisores, geladeira, coisas elétricas de estética, enfim, eu tenho muita coisa. Eles me pediram pra fazer um levantamento, mas não sei direito como funciona, tô perdido", relatou.
Ainda segundo o lojista, problemas nos transformadores locais são recorrentes, especialmente em épocas de muito calor. "Foi a primeira vez que aconteceu um incêndio, mas o problema de transformador ocorre há muito anos, principalmente em meses de calor, como dezembro. Depois de ficar muitas horas saindo fumaça ali embaixo, pegou fogo. Ali tem uma subestação com muitos transformadores colados com uma sapateira, e eles vira e mexe explodem ou dão defeito. Se a Light não mudar isso, vai continuar acontecendo".
De acordo com a Polícia Civil, o caso foi registrado na 9ª DP (Catete). A perícia foi feita no local e demais diligências estão em andamento para apurar as causas do incêndio.
Procurada, a Light informou ainda que técnicos da empresa ficam impossibilitados de entrar nas câmeras subterrâneas em função da alta temperatura enquanto a fumaça não é controlada, por questões de segurança. Apesar disso, a concessionária não respondeu se vai ressarcir os lojistas devido aos prejuízos causados pelo incêndio.
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