Marco histórico de Sepetiba, da época em que o Rio era capital do país, será instalado no Terminal Curral Falso, do BRTReprodução
Marco rodoviário histórico de Santa Cruz será instalado no Terminal de BRT Curral Falso
Construído na década de 1930, quando o Rio era Distrito Federal, o monumento está próximo ao meio-fio, correndo o risco de ser destruído
Rio – O marco rodoviário da década de 1930 que marca o início do Povoado de Sepetiba será instalado na novo terminal de BRT Curral Falso, no corredor Transoeste, em Santa Cruz, Zona Oeste.
Lapidado em granito, com a sigla PDF (Prefeitura do Distrito Federal), atualmente fica em frente ao entroncamento da estrada do antigo Caminho do Povoado de Sepetiba, com a Rua Felipe Cardoso, que faz parte da antiga Estrada Geral Imperial de Santa Cruz, a Avenida Cesário de Melo (continuação da Estrada Geral), Estrada da Pedra de Guaratiba, e o Caminho para o Povoado de Sepetiba, que faz ligação com o bairro.
O local é bem próximo à estação atual do BRT Curral Falso, que será transformada em terminal com as novas obras da prefeitura. Antigamente, era o ponto de parada de condutores de tropas, os chamados tropeiros, e existiam muitas pequenas pousadas para o repouso deles. O lugar ainda é considerado o berço de Santa Cruz, pois foi onde o cavaleiro fidalgo da Casa Real Cristóvão Monteiro mandou erguer um engenho e uma pequena capela, as primeiras construções do local, após ganhar a área da família real portuguesa. Cristóvão apoiou o governador-geral Mem de Sá no combate à invasão francesa ao Rio de Janeiro, de 1555 a 1567. Em 30 de dezembro de 1567, o fidalgo tomou posse da sesmaria, que viria a se chamar Fazenda de Santa Cruz.
Com as obras do terminal do BRT, houve o alargamento das ruas, e o marco rodoviário, uma pedra em formato de lápide, acabou indo para a beirada da calçada, saindo do seu lugar original, que era o centro da encruzilhada do Largo do Curral.
Em um lugar de risco, os moradores de Santa Cruz temem que o monumento nem chegue à nova estação: "O marco está em um local de muita insegurança, pois ele ficou bem próximo ao meio-fio. A nossa preocupação é que venha um carro com uma velocidade mais alta e o destrua, ou até mesmo que o marco seja roubado. Chegaram a roubar partes da ponte dos jesuítas, construção de 1752, feita de pedra! Imagina um marco, que é menor. Qualquer pessoa pode parar ali com um caminhão, colocar o marco rodoviário dentro dele e levar embora”, afirmou o professor de História Sinvaldo do Nascimento, morador de Santa Cruz. Ele está pichado na parte de trás.
Os marcos rodoviários foram instalados no Rio de Janeiro após o decreto 18.323, de 1928, que estabelecia regras para a circulação de automóveis, de sinalização e segurança do trânsito. Vários locais da cidade ganharam os monumentos para indicar diferentes distâncias. A ordem era que eles estivessem separados um do outro por distâncias de um quilômetro.
Em uma breve nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura informou que o marco foi preservado e que será instalado no novo terminal.
A Secretaria Municipal de Conservação, por meio da Gerência de Monumentos e Chafarizes, informou que o marco rodoviário é tombado pelo município do Rio de Janeiro e que está cercado, de forma a ficar protegido. Ao fim das intervenções para a implementação do terminal, o marco passará por limpeza e manutenção.
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