Miliciano está preso na Penitenciária Laércio Costa da Silva Pelegrino, conhecida como Bangu 1, na Zona OesteReprodução
Justiça mantém prisão de Zinho, chefe da maior milícia do Rio
Luis Antônio da Silva Braga se entregou a Polícia Federal na véspera de Natal. Contra ele havia, pelo menos, 12 mandados de prisão em aberto
Rio - A Justiça do Rio manteve a prisão de Luis Antônio da Silva Braga, chefe da maior milícia do Rio, que se entregou a Polícia Federal na véspera de Natal. A decisão foi definida durante audiência de custódia que aconteceu nesta terça-feira (26). O miliciano está detido na Penitenciária Laércio Costa da Silva Pelegrino, conhecida como Bangu 1, no Complexo de Gericinó.
A prisão de Zinho foi negociada entre os advogados do miliciano e a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. O miliciano tem, pelo menos, 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Foragido desde 2018, ele comandou as recentes ações criminosas que pararam a Zona Oeste.
O criminoso é alvo de seis denúncias do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Sendo elas, por homicídios, lavagem de dinheiro, corrupção de policiais e extorsão. Além disso, ele também é acusado de ser o mandante da morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho.
A entrega de Zinho pode ter relação com a descoberta da Polícia Federal e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) sobre a suposta ligação entre seu grupo criminoso com a deputada estadual Lucinha (PSD). As investigações apontam uma participação ativa da parlamentar e de sua assessora na organização criminosa, especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo miliciano, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção. Ainda segundo o apurado, a parlamentar é chamada de 'Madrinha' por líderes da milícia.
História no crime
O miliciano assumiu a liderança da milícia que atua em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência em 2021, dois meses após a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, seu irmão e antigo líder do bando. Wellington foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por outro irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, que morreu em 2017. Ambos faleceram após confrontos com policiais.
Antes de se tornar líder, Zinho integrou a organização ao ficar encarregado da contabilidade do grupo, ficando ligado a atividades de lavagem de dinheiro. Ele é um dos sócios da Macla Extração e Comércio de Saibro, empresa de extração de areia e saibro em Seropédica, na Baixada, com sede no Recreio. Segundo a polícia, a Saibro teria faturado R$ 42 milhões entre 2012 e 2017 e era usada para lavar o dinheiro da milícia.
Ao assumir a liderança do grupo, o criminoso acabou rompendo com algumas alianças antigas. Um deles é Danilo Dias Lima, o Tandera, considerado seu principal rival atualmente. No passado, Zinho controlava boa parte da Zona Oeste do Rio e Tandera, áreas da Baixada Fluminense. Com o rompimento da aliança, os dois passaram a travar uma guerra sangrenta por territórios.
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