Nelcivan Bispo veio ao Rio com a família para o RéveillonMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - Com o fim do ano se aproximando, a Praia de Copacabana atrai olhares do mundo todo. Com uma das maiores festas de Réveillon, o bairro na Zona Sul do Rio já vive a expectativa de mais uma grande celebração. No início da tarde desta sexta-feira (29), visitantes de todos os cantos do Brasil passearam pelo famoso calçadão.
As baianas Adriana Santana, de 43 anos, e Anastácia Maciel, de 51, moram em São Caetano do Sul, em São Paulo, e passarão a virada do ano no Rio pela primeira vez. Drica, como é conhecida pelos amigos, disse que chegou tão animada para a festa do Réveillon que ainda nem planejou outros passeios pela cidade. Para 2024, ela pediu por paz, sossego e, principalmente, segurança.
"Fomos em uma feirinha que nos levaram, mas não conhecemos nada aqui no Rio de Janeiro. A gente só quer passar o Réveillon em Copacabana, mas, no resto, a gente se vira! Queremos assistir Nattanzinho, ele é muito grande no Nordeste. Tomara que seja um ano de muita paz, sossego e segurança! Tanto aqui quanto em São Caetano", desejou Adriana.
A falta de segurança foi um dos motivos que afastou o economista Nelcivan Bispo, 38 anos, de passar a virada na Praia de Copacabana. Ele veio com o marido, a irmã e as duas sobrinhas de 8 e 14 anos, todos de Salvador, na Bahia, para conhecer a Cidade Maravilhosa. Ao DIA, ele explicou que prefere passar a virada em uma celebração privada.
"Para a festa, a expectativa está lá em cima. Não viremos para Copacabana, porque estamos com criança e ficamos com medo, tem muita gente. Então, vamos para uma festa privada. Sei que vai ter a bateria da Mangueira e mais dois artistas. Para o próximo ano, a expectativa é das melhores! A gente sempre espera que o próximo ano seja melhor que o anterior", contou Nelcivan.
Como faltam dois dias para o Réveillon, muitos turistas ainda pretendem conhecer outros pontos da cidade. Em frente aos hotéis de Copacabana, é possível observar grupos saindo em vans para excursões. Os destinos mais procurados são o Cristo Redentor e o bondinho do Pão de Açúcar, dois passeios que constam na programação do catarinense Vanderlei Campos, de 52 anos. 
"Já passeei pela orla de Copacabana, mas ainda falta conhecer o Cristo Redentor e o bondinho. Vou passar a virada aqui na praia e estou achando muito organizado. Vim mais para assistir aos fogos, não por algum artista específico. É a primeira vez que passo o Réveillon no Rio e está tudo muito tranquilo! Super organizado", comentou o técnico em enfermagem.
O assessor parlamentar Leonardo Braga, de 34 anos, quer aproveitar a estadia no Rio para conhecer elementos de uma outra grande festa carioca, o desfile das escolas de sambas que acontece durante o Carnaval. Natural de Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, ele mora há 12 anos no Rio Grande do Sul e veio com o namorado e um casal de amigos. Ainda na orla de Copacabana, o grupo planejava a visita a uma quadra de escola de samba que ainda será definida.
"Vim visitar minha família e aproveitar para dar uma passada em Copacabana. Fizemos um passeio em Ilha Grande e ,agora, estamos procurando mais passeios para fazer. Queremos visitar alguma escola de samba! No show da virada, quero assistir Glória Groove e Ludmilla. Temos um pouco de tudo lá no nosso estado, então viemos atrás de novidades", disse o angrense.
Para a alegria de Leonardo, o palco principal contará com uma apresentação da Imperatriz Leopoldinense, além dos artistas já citados. No Palco Samba, a música fica por conta de Teresa Cristina, Jorge Aragão, Diogo Nogueira, Belo e Unidos do Viradouro. Durante a virada, a queima de fogos será "regida" pela maestrina Ludmylla Bruzzi, que estará com uma orquestra sinfônica e integrantes de escolas de samba.
Para assistir ao espetáculo, os turistas já procuram um melhor espaço na praia. Localizado próximo ao Palco Samba, com uma visão privilegiada, o quiosque Xodózin cobra R$ 2 mil no ingresso àqueles que quiserem passar a virada no espaço. Os clientes terão direito a comidas e bebidas preparadas no estabelecimento.
"Nesse ano, estamos bem melhor do que ano passado, até porque teremos um palco aqui do lado. Então, viramos uma espécie de camarote. Ano passado, tivemos 100% de ocupação somente no dia 31. Neste ano, já estamos lotados entre hoje (29) e amanhã (30). Para a virada, estamos com 75% dos ingressos vendidos e, até a noite, esperamos que chegue a 100%. Temos três garçons que falam inglês fluente, um deles até morou fora do Brasil. Também temos seis funcionários que são de outros países: Argentina, Chile… A maior parte dos turistas que vêm aqui é desses países latino-americanos", explicou o gerente Márcio Freire, de 42 anos.
De acordo com Márcio, o movimento na praia estava abaixo do esperado até o dia 20 de dezembro. Ele acredita que isso tenha acontecido por conta da onda de violência em Copacabana. Um dos episódios marcantes foi a agressão sofrida pelo empresário Marcelo Rubim Benchimol, de 67 anos, no momento em que ele tentava ajudar uma mulher que estava sendo assaltada.
"Neste ano, o movimento em dezembro foi complicado… Não teve tanto movimento mais por conta da violência que estava no bairro de Copacabana. Até o dia 21, estava meio devagar. Já nos dias seguintes, começou a melhorar bastante. Tem muito turista na orla, então passamos a vender bem", afirmou.
Durante a virada, o público espera se concentrar na festa e esquecer, nem que seja por um breve momento, dos casos de violência na região. Na Avenida Atlântica, serão instaladas câmeras que permitem a identificação de foragidos e carros roubados. Além disso, cerca de 3 mil policiais militares atuarão na região. A estrutura também terá 61 torres de monitoramento, 800 grades, 150 detectores de metal e 15 lanternas do tipo holofote. Com isso, para o próximo ano, fica a esperança de que os votos da baiana Adriana se realizem: muita paz, sossego e segurança.