Marielle Franco foi eleita vereadora em 2016 pelo Psol e executada em 14 de março de 2018Reprodução / Redes Sociais

Rio - O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou na manhã desta terça-feira (9) que o caso Marielle Franco e Anderson Gomes será esclarecido no primeiro trimestre deste ano. A declaração foi dada em entrevista ao programa 'Jornal da CBN', da emissora de rádio de mesmo nome.
"Esse é um outro desafio que a Polícia Federal assumiu no ano passado. Estamos a menos de um ano à frente dessa investigação, de um crime que aconteceu há cinco anos. Mas, com a convicção de que ainda neste primeiro trimestre a Polícia Federal dará uma resposta final ao caso Marielle", afirmou.

Andrei Rodrigues também falou que a Polícia Federal vai identificar os mentores dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas que privilegia a qualidade das provas à rapidez do processo. "A Polícia Federal não pode se pautar por prazos que não sejam próprios da investigação", comentou. 
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, havia declarado em dezembro de 2023 que a investigação sobre a execução da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e de seu motorista Anderson Gomes seria brevemente "integralmente elucidado".
As mortes são investigadas pela Polícia Federal (PF) e pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A PF mantém uma equipe de investigação exclusiva para o caso. A delação do ex-policial militar Élcio Queiroz, que confessou ter participado do crime, como motorista do Cobalt usado no homicídio. A colaboração forneceu novas provas para o caso.
Marielle Franco foi uma socióloga e ativista brasileira conhecida por sua luta pelos direitos humanos, igualdade de gênero e justiça social. Ela foi eleita vereadora da cidade do Rio em 2016 pelo Psol e se destacou como uma das vozes mais fortes na defesa dos direitos das comunidades marginalizadas.

Os assassinatos da parlamentar e de seu motorista, Anderson Gomes, completaram cinco anos em 2023 sem respostas sobre o mandante do crime. Os dois foram mortos no dia 14 de março de 2018. Em fevereiro deste ano, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a PF abrisse um inquérito paralelo para auxiliar as autoridades fluminenses.
Nas investigações da Polícia Civil, o avanço mais consistente no caso aconteceu em março de 2019, quando Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa foram presos no Rio de Janeiro. O primeiro é acusado de ter atirado em Marielle e Anderson, o segundo, de dirigir o carro usado no assassinato. Quatro anos depois, eles continuam presos, mas não foram julgados. Os dois estão em penitenciárias federais de segurança máxima.
O ex-bombeiro Maxwell Corrêa também foi preso por envolvimento no crime. Ele já havia sido condenado por atrapalhar as investigações, mas cumpria pena em regime aberto.