Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinícius da Silva Braga respondem pela morte do ator Reprodução

Rio - O Tribunal de Justiça (TJRJ) realiza, nesta sexta-feira (26), mais uma audiência de instrução e julgamento dos réus pela morte de Jeff Machado. O ator desapareceu em janeiro do ano passado e teve o corpo encontrado dentro de um baú enterrado e concretado, em maio. Os réus, Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinicius da Silva Braga, devem ser interrogados durante a sessão, prevista para começar a partir das 13h, na 1ª Vara Criminal da Capital. 
Outras três testemunhas também são esperadas para depor. O policial civil, André Rosa Alves, responsável pelo monitoramento de antenas na Zona Oeste, a proprietária da kitnet onde o corpo do ator foi encontrado, Emanuelle Maciel Pinto e José Cleiton Rodrigues, táxi dog que foi contratado para levar os oito cachorros de Jeff para um centro de umbanda desativado.
Na primeira sessão, em outubro do ano passado, foram ouvidas o inspetor da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), Igor Rodrigues Bello, a mãe e o irmão do ator, Maria das Dores Estevam e Diego Machado Costa, respectivamente. Na segunda etapa, outras cinco pessoas foram ouvidas. 
A expectativa do advogado Jairo Rodrigues, que representa a família da vítima, é que essa seja a última audiência do caso. "É a terceira, mas esperando que seja a última, com os interrogatórios. Que se encerre a instrução criminal e que com todas as provas já contidas, provas técnicas, testemunhas, Jeander e Bruno sejam pronunciados e encaminhados ao Júri", disse em entrevista ao DIA.
Bruno foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; estelionato e tentativa de estelionato; furto; invasão de dispositivo informático; maus-tratos a animais e falsa identidade. Já Jeander por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e maus-tratos a animais.
 Relembre o caso
De acordo com as investigações da especializada, o ator foi morto em 23 de janeiro e, no dia 27 seguinte, seu desaparecimento foi registrado, depois que familiares e amigos estranharam a falta de informações e contatos feitos por ele. A Polícia Civil conseguiu identificar a participação de Bruno e Jeander no crime e, junto com o MPRJ representaram pelas prisões, que foram decretadas pela Justiça do Rio e cumpridas em junho.
O inquérito apontou que o acusado dizia ser produtor de uma emissora de televisão e prometeu um papel em uma novela para Jeff, que pagou R$ 25 mil para conseguir a vaga. O ator não percebeu que estava sendo enganado e, por não conseguir mais manter a farsa, Bruno decidiu matá-lo. Segundo a DDPA, a vítima foi morta por motivo fútil, estrangulada com um fio de telefone, após ser dopada e asfixiada. O corpo foi transportado por Jeander para uma casa em Campo Grande, alugada por Bruno em dezembro de 2022, exclusivamente para ocultar o cadáver da vítima.
Ainda de acordo com as investigações, o corpo foi colocado em um baú do próprio ator, enterrado a dois metros de profundidade e coberto de concreto. Jeander também foi o responsável por abrir o buraco onde o objeto com o cadáver foi sepultado. Para encobrir o assassinato, Bruno usou o celular do artista e se passou por ele para manter contato com a mãe e amigos, além de ter feito publicações falsas em suas redes sociais.
Após o assassinato, os oito cachorros de Jeff foram levados para um centro espírita, no bairro Palmares, em Santa Cruz, na Zona Oeste, onde ficaram em condições de maus-tratos físicos e psicológicos. Depois, os animais foram abandonados na rua, o que despertou atenção dos parentes e amigos da vítima.
Jeander foi preso em 2 de junho, em Santíssimo, na Zona Oeste, durante uma ação da Delegacia de Descoberta de Paradeiros que tentou prender os então suspeitos pelo crime. Já Bruno permaneceu foragido até o dia 15 do mesmo mês, quando foi preso pela Polícia Militar, em um hostel no Morro do Vidigal, Zona Sul, em uma operação conjunta com a Polícia Civil.