Não deixar água parada em vasos, pneus, garrafas, entre outros é uma recomendação para prevenção do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengueReprodução

Rio – Os casos de dengue estão aumentando dia após dia na cidade do Rio de Janeiro, que já decretou estado de emergência de saúde pública. Foram mais de 11 mil casos confirmados apenas em 2024, quase a metade de todos os casos registrados em 2023 (22.959). As secretarias de saúde do município e do estado, juntamente com especialistas, alertam para medidas de prevenção, assim como para quais lugares as pessoas com suspeita da doença devem ser encaminhadas.
O que fazer em caso de suspeita de dengue?
Tânia Vergara, infectologista e membro da diretoria da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio (Sierj), alerta para a evolução da doença e quando os pacientes devem procurar atendimento.
"Há alguns sintomas na dengue que são mais frequentes: febre, dor no corpo, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e devem ser um alerta para a procura de atendimento médico. Entretanto, é importante que sejam divulgados amplamente o que chamamos de sinais de alerta, de que pode haver evolução para dengue grave. Neste caso, a procura da unidade de saúde deve ser imediata", disse.
Alguns dos sinais de alerta mencionados pela infectologista são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, queda súbita na pressão ao se levantar e perda de sensibilidade e movimentos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), manchas vermelhas no corpo também são um sintoma recorrente da dengue.

Ainda de acordo com a SMS, todas as Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde estão aptas para atender pacientes com dengue, além dos polos de atendimento. Os primeiros foram inaugurados nesta segunda-feira (5) e ficam em Curicica, Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Ao todo, estão previstos dez, em todas as regiões da cidade, que serão abertos gradativamente.

Para quadros mais graves, os pacientes serão regulados como emergências pela Central Municipal de Regulação e transferidos para leitos dedicados à dengue nos hospitais da rede de urgência e emergência do município. O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla (HMRG), em Acari, na Zona Norte, será unidade de concentração para a doença, inicialmente com 20 leitos. 

Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que o primeiro atendimento é parte essencial para tratar a dengue e fala dos riscos de lotação das unidades de saúde.
"Nem todos os pacientes ficam internados. A grande demanda que acontece é nas UPAs. A procura por atendimento acaba sendo muito elevada e a necessidade que as pessoas sejam atendidas rapidamente faz com que, muitas das vezes, seja necessário montar estruturas anexas de atendimento. O número de pacientes que precisa de internação não é tão elevado, mas claro: em uma rede que está saturada, a demanda maior pode gerar problemas. Mas a maior demanda é no pronto-atendimento", afirmou.

Prefeitura decreta estado de emergência

A Prefeitura do Rio instituiu estado de emergência de saúde pública na cidade nesta segunda-feira (5). Na sexta-feira passada (2) já havia sido decretada epidemia de dengue, diante de mais de 11 mil casos confirmados em 2024 e recorde de internação no primeiro mês do ano, com 362 pacientes hospitalizados.

Um plano de contingência foi criado para conter a epidemia, com medidas para combater o Aedes aegypti. O público-alvo da vacinação será as crianças e os adolescentes entre 10 e 14 anos, que totalizam 354 mil cariocas. O esquema vacinal é de duas doses com intervalos de três meses. O objetivo da Secretaria Municipal de Saúde é vacinar todo o público-alvo em até sete dias.

Como prevenir a dengue?

Para prevenir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, é recomendado não deixar água parada em recipientes como vasos de planta, pneus velhos, tonéis d’água, piscinas, garrafas e vasilhames, entre outros, e limpar periodicamente locais como lixeiras, ralos e outros objetos que possam acumular água.