Local onde a criança de 2 anos morreu após ficar soterradaReginaldo Pimenta/Agência O DIA
Imagens que circulam nas redes sociais registraram o desespero de vizinhos tentando socorrer o menino, que ficou soterrado após uma casa desabar na Rua do Mocambo, no local conhecido como 'Favelinha' em Japeri. Ainda na cidade, uma outra pessoa morreu no bairro Chacrinha. Em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, uma mulher não resistiu após um deslizamento atingir um prédio de três andares. No local estariam as três pessoas desaparecidas.
Casa cai com criança em seu interior,em Engenheiro Pedreira, Japeri -RJ.
— ᒪᕮⅤϒ (@LevySallahK) February 22, 2024
MUITA CHUVA NA REGIÃO. pic.twitter.com/5f6z7Wb69A
Após a tragédia que vitimou o menino, o avô José Carlos Amorim de Oliveira, muito abalado, revelou os momentos de tensão durante a madrugada na tentativa de resgate do menino. Ele contou, que a irmã gêmea da vítima, que também estava na casa, conseguiu ser socorrida com ajuda dos vizinhos e passa bem.
"São muitos anos nessa luta, foram diversas enchentes. Eu tenho muito a agradecer a Deus porque antes de cair aqui, caiu a parede da minha casa, e eu reuni a família toda para vir para cá, seriam 10 pessoas aqui dentro. Então assim, quando chegamos o fato já tinha acontecido, o povo arrancando na unha, com muita luta conseguimos tirar a menina, mas infelizmente o menino não aguentou", lamentou.
Ainda segundo o avô, o neto inalou muito gás embaixo do entulho e da lama devido a um vazamento por causa da queda da estrutura da casa. "Infelizmente é um município que não tem suporte, me chega aqui uma Defesa Civil que nem se quer sabe coordenar uma retirada de alguém, um bairro desse em obra e não existe uma máquina para nos ajudar, foi uma madrugada desgastante. A gente tá cansado, a gente vem com isso desde a emancipação, nunca tivemos ninguém a nosso favor", disse.
A Prefeitura informou ainda que está desde as chuvas do dia 13 de janeiro cadastrando famílias em programas sociais, abrigando famílias, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Trabalho. No momento, a cidade está com abrigos em escolas. Ao total, há 21 pessoas desabrigadas.
A Operação do Corpo de Bombeiro para resposta às chuvas conta com o empenho de 2.400 militares, incluindo bombeiros extras divididos em Grupos de Resposta ao Desastre (GRDs), com apoio de viaturas de salvamento, ambulâncias, barcos de alumínio para socorro a pessoas ilhadas por inundações e alagamentos, drones, aeronaves para busca de vítimas e monitoramento das áreas atingidas, cães farejadores, além de especialistas em resgate em estruturas colapsadas, entre outros recursos.
Neste momento, é muito alto o risco hidrológico, em Nova Iguaçu, Queimados, Barra do Piraí, Mendes, Paracambi, Porto Real, Engenheiro Paulo de Frontin, Japeri, Belford Roxo e Rio de Janeiro com possibilidade de inundações e alagamentos.
É muito alto também o risco geológico em Nova Iguaçu, Barra do Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin, Japeri, Mendes, Paracambi, Queimados e Porto Real, com possibilidade de deslizamentos de terra.
As chuvas provocaram ainda estragos em diversos pontos do estado, especialmente na Baixada. Como é o caso da cidade de Nova Iguaçu, que registrou em três horas o volume de chuva acima da média histórica de fevereiro.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, por exemplo, aparece um homem, que estava em um ônibus, ajudando a resgatar uma família que estava dentro de um carro sendo levado pela força da água, no bairro Jardim Alvorada. Nas imagens, ele consegue tirar uma criança e uma mulher do veículo, que em seguida é levado pela correnteza.
Chuva intensa em Nova Iguaçu, que Deus proteja a cada que está voltando para casa. pic.twitter.com/9h6KHKgKCi
— Gilton Ribeiro (@Gilton_Ribeiro1) February 22, 2024
Segundo a Prefeitura, o município está em estágio de alerta máximo. O pico das fortes chuvas aconteceu entre 19h e 21h, quando foram registrados 140mm de chuva, o que representa 116% da média histórica do mês de fevereiro, de 119,8 mm. Para as próximas horas, há previsão de chuva fraca a moderada isolada.
Todo o efetivo da Secretaria Municipal de Defesa Civil (SMDC) está atuando nas ruas de diversos bairros. Até às 6h desta quinta-feira (22), foram 41 ocorrências.
Ao todo 15 escolas da rede municipal estão com as aulas suspensas. O Corpo de Bombeiros também foi acionado para resgatar moradores que ficaram presos em suas casas em decorrência das inundações.
Dentre as ocorrências, houve desabamento de muro no Jardim Alvorada, 30 registros de alagamentos e inundações em diversos bairros e três deslizamentos de barreiras nos bairros Tinguazinho, Marileia e Austin. Além de um desabamento parcial de imóvel em Inconfidência e dois desabamentos totais, sendo um em Cerâmica e outro também em Austin. Na região foi realizada ainda uma vistoria técnica no Cacuia e dois acionamentos para queda de árvore em Austin, assim como para uma ameaça de desabamento no mesmo bairro.
Por conta do temporal na região, três Pontos de Apoio da Defesa Civil foram abertos durante a noite de ontem. Somente um deles recebeu uma família, que já retornou para casa nesta manhã. Os locais, que servem para abrigar temporariamente aqueles que precisam deixar suas casas, já foram fechados e serão reabertos em caso de necessidade.
Em caso de emergência, a população deve entrar em contato com a SMDC pelos dos números 199 / 2667-5751 / 98160-9740. Já a Secretaria Municipal de Assistência Social disponibilizou a Central de Atendimento do SUAS (Sistema único de Assistência Social), através do telefone (55 21 99706-8443), um canal de comunicação para a população que necessitar de atendimento da assistência social. O atendimento é 24 horas.
@claudiocastroRJ Rio Botas cruza diversos municípios do Rio de janeiro pic.twitter.com/rxWCh9wMHy
— Leon Scott (@JanuzziMarcelo) February 21, 2024
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