Menino de 2 anos morreu após deslizamento de terra atingir casa em JaperiReprodução / redes sociais

Rio - A cidade de Japeri, na Baixada Fluminense, entrou em estado de calamidade pública na tarde desta quinta-feira (22) devido ao temporal que atingiu o município e causou, até o momento, a morte de duas pessoas, incluindo um menino de 2 anos. De acordo com o Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ), a região segue com alto risco de deslizamentos e inundações.
A morte da criança aconteceu na Rua do Mocambo, no bairro Engenheiro Pedreira, após a casa onde ele estava ser atingida por um deslizamento de terra. Imagens que circulam nas redes sociais registraram o desespero de vizinhos tentando socorrer a vítima, que ficou soterrada.
José Carlos Amorim de Oliveira, avô do menino, contou, muito abalado, que a irmã gêmea da vítima, que também estava na residência, conseguiu ser socorrida, mas o neto não. De acordo com ele, o menino inalou muito gás sob os escombros, pois a queda da estrutura da casa gerou um vazamento no encanamento. 
"São muitos anos nessa luta, foram diversas enchentes. Eu tenho muito a agradecer a Deus porque antes de cair aqui, caiu a parede da minha casa, e eu reuni a família toda para vir para cá, seriam 10 pessoas aqui dentro. Então assim, quando chegamos o fato já tinha acontecido, o povo arrancando na unha, com muita luta conseguimos tirar a menina, mas infelizmente o menino não aguentou", lamentou.
A criança chegou a ser encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Queimados, também na Baixada Fluminense, mas não resistiu. Além da vítima, Ana Carolina Sodré, de 24 anos, morreu após uma queda de barreira no bairro Chacrinha. Ela foi socorrida e levada para o Hospital Municipal de Japeri antes de ter o óbito confirmado.
Segundo a prefeitura, há 22 desabrigados e 67 desalojados no momento. São oito pontos de apoio para acolhimento das vítimas das chuvas: as escolas municipais de Japeri Aristides Arruda e Darcílio Ayres; e outras seis na região de Engenheiro Pedreira, as unidades Pedra Lisa, Santa Terezinha, Bernardino de Melo, Duque de Caxias, Pastor Tasso, além da Escola Etiene, que já acolhe famílias desabrigadas pelas chuvas de janeiro.
Nestes locais, as equipes de apoio também disponibilizam água potável, alimentos, roupas, cobertores, kits de higiene, atendimento médico e social, entre outros serviços. O órgão ainda informou que agentes da Defesa Civil Municipal estão nas ruas com máquinas para desobstrução de rios e remoção de barreiras nas áreas em que houve deslizamentos e inundações.
A cidade registrou 155,8mm em 24h e segue nesta quinta com risco muito alto de deslizamentos e outras inundações, de acordo com o Cemaden-RJ.
Interrupção de produção na ETA Japeri
A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) informou que precisou parar o trabalho na Estação de Tratamento de Água (ETA) Japeri devido às fortes chuvas, que causaram alterações na água bruta captada.

Técnicos da Cedae monitoram as condições do manancial e a produção da ETA será retomada assim que voltarem à normalidade. A concessionária Águas do Rio, responsável pela distribuição de água em Japeri, já foi comunicada.
Mortos em outras regiões
Contando com o menino e a mulher mortos em Japeri, o Estado do Rio já registrou oito óbitos por causa da chuva até o momento. Além deles, houve dois homens mortos em Nova Iguaçu, na Baixada, e quatro pessoas da mesma família, incluindo um bebê, em Barra do Piraí, no Sul-Fluminense.
Já em Mendes, também no Sul-Fluminense, uma criança, de 6 anos, está desaparecida após outro deslizamento. Sua mãe e seu irmão foram resgatados com vida.