Ambulantes voltaram a ocupar a região neste sábado (9)Cléber Mendes / Agência O Dia
Um dia após protesto e segurança reforçada, camelôs retomam vendas na Uruguaiana
Prefeito Eduardo Paes definiu que os ambulantes serão removidos do local no dia 25 de março
Rio - Um dia após o sumiço dos camelôs na Uruguaiana, no Centro do Rio, a região voltou a ser ocupada pelos comerciantes neste sábado (9). O local, conhecido por ter as calçadas cobertas por barracas, estava vazio nesta sexta-feira (8) por conta da presença da Guarda Municipal. Além disso, os ambulantes realizaram uma manifestação contra a proibição do comércio irregular na área. O prefeito Eduardo Paes definiu que os ambulantes serão removidos do local no dia 25 de março.
No ato, faixas foram levantadas fechando o trânsito na Avenida Presidente Vargas. Durante o protesto, ambulantes gritavam "Camelô é trabalhador" e frases como "Se a gente não trabalha, o povo também não vai chegar no trabalho". O trânsito ficou intenso na região. Equipes da prefeitura e da Polícia Militar estiveram no local.
Segundo Paes, a região da Uruguaiana é investigada como ponto de venda de mercadorias roubadas, especialmente celulares. Além disso, um relatório da Seop mostrou que no local há uma cobrança de taxa no valor de R$ 100, feita por semana aos camelôs, para que possam usar o espaço público para trabalhar. A decisão do impedimento da instalação de barracas e pontos de comércio na calçada da Rua Uruguaiana foi em conjunto com o governador Cláudio Castro.
Contudo, movimentos ligados a camelôs repudiaram a decisão e afirmaram que a retirada dos ambulantes do local não resolve a criminalidade. Ao contrário, o Movimento Unido dos Camelôs (Muca-RJ) e o Fórum Popular de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro destacaram que a ação é uma forma de criminalizar e perseguir a classe dos camelôs na cidade.
Apesar da data marcada para retirada dos camelôs do local, a Subprefeitura do Centro e a Secretaria de Ordem Pública ainda não informaram como será o processo de cadastro para os ambulantes se legalizarem e quais serão as próximas medidas adotadas.
Obras
A primeira parte da intervenção na rua vai durar 15 dias e inclui obras para ampliar calçadas, colocar pavimentos e modificar sinalizações a fim de viabilizar as alterações que serão feitas no trânsito. Os veículos que passarem pela Avenida Rio Branco poderão entrar na Rua da Assembleia, que neste trecho servirá como mão dupla, para pegar a Rua Uruguaiana, que será uma conexão com a Avenida Presidente Vargas.
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