Entregador Max Ângelo dos Santos sofreu um acidente na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona SulDivulgação
Entregador chicoteado por ex-atleta é atingido por carro na Zona Sul, e motorista foge
Max Ângelo diz que condutor o fechou no trânsito, mas em nenhum momento buzinou ou pediu passagem. A Polícia Civil investiga o caso
Rio - A Polícia Civil tenta identificar o motorista de um carro preto que fechou e derrubou o entregador Max Ângelo Alves dos Santos, de 37 anos, na altura da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio. O motorista fugiu sem prestar socorro. Em abril do ano passado, Max Ângelo foi agredido com uma guia de coleira e ofendido pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Corrêa de Sá em São Conrado, também na Zona Sul. O caso teve ampla repercussão à época e provocou revolta entre os entregadores.
Ao cair na via, por volta das 14h do sábado (9), Max foi socorrido por pedestres e policiais do Programa Segurança Presente. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e o levaram para o Hospital Municipal Miguel Couto, onde chegou com diversas escoriações no braço, nádegas, cotovelo e braço. Ele também teve um corte na perna.
Após receber atendimento, o entregador foi liberado e se recupera em casa. Na manhã desta segunda-feira (11), Max foi ao Instituto Médico Legal (IML) fazer exame de corpo de delito. O resultado do laudo será anexado ao inquérito. O caso é investigado pela 15ª DP (Gávea) como lesão corporal provocada por colisão com veículo e omissão de socorro.
Ao DIA, Max disse que estava trabalhando como motoboy quando pegou uma encomenda em Ipanema para entregar no Jardim Botânico. Ao trafegar de moto pela Avenida Borges de Medeiros, próximo ao Clube Regatas do Flamengo, um carro preto apareceu ao seu lado e o fechou, sem nem ao menos buzinar, solicitando passagem.
"O motorista não buzinou em nenhum momento e nem sinalizou pedindo passagem, quando percebi ele já estava do meu lado. O vidro do carro era escuro e não deu tempo nem de ver quem era, ou qual o modelo do carro e a placa. Conforme ele colou em mim, fiquei tentando sair e gritando com ele, mas o carro não diminuía e nem acelerava", lembra Max.
Segundo o entregador, a atitude do motorista foi considerada por ele como suspeita. "No momento do acidente eu não pensei nisso, mas depois, já em recuperação, percebi que foi bem estranho. É claro que a gente começa a pensar em várias hipóteses, mas por enquanto não tem como provar nada, só com as câmeras de segurança da rua para termos uma resposta mais concreta sobre quem era o condutor. Esse motorista podia também estar usando celular no volante... não sei", diz Max.
O entregador trabalha durante a semana em uma agência publicitária, e aos fins de semana complementa a renda trabalhando como entregador de aplicativo. A moto vai precisar de reparos, já que ficou bastante danificada após o acidente. "A moto dá para recuperar, mas a concessionária não tem mais no estado do Rio de Janeiro. As peças são muito específicas também. Vai ser um pouco mais complicado", conta o entregador.
Entregador foi destaque em carro do Paraíso do Tuiuti
Após a repercussão do caso de agressão por parte de ex-atleta em São Conrado, Max foi convidado pelo Paraíso do Tuiuti para representar João Cândido na terceira alegoria da escola, que levou ao Sambódromo, neste último carnaval, um enredo sobre a Revolta da Chibata e seu líder.
Ao DIA, momentos antes de entrar na Sapucaí, Max disse que a sensação era de felicidade por poder passar uma homenagem tão importante que está entrelaçada em sua própria história. "Hoje eu tenho um sentimento de justiça e também de muita alegria por estar vivendo isso, representando um herói nacional", disse Max.
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