Vereadores homenagearam Marielle Franco durante sessão na Câmara do RioDivulgação / Câmara do Rio

Rio - Diversos vereadores discursaram, nesta terça-feira (26), em homenagem à Marielle Franco durante a sessão no Plenário do Palácio Pedro Ernesto, abordando a esperança para que a justiça seja feita. No domingo, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão foram presos pela Polícia Federal, apontados como mandantes do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes. Além deles, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo do Barbosa também foi detido por suspeita de obstruir a investigação.
A vereadora Monica Benício (Psol), viúva de Marielle, se emocionou e ressaltou a importância de manter a essência da memória da parlamentar como legado para a sociedade. "Isso é a verdadeira memória e legado de Marielle. Nunca mais se manter em silêncio diante de uma injustiça e brigar junto e coletivamente por um mundo melhor", afirmou. 
A viúva de Anderson também esteve presente na sessão e contou como recebeu a notícia das prisões. "Foi uma grande surpresa. Primeiro, porque imaginávamos que as investigações estavam avançando, mas não sabíamos o dia exato que tudo seria revelado", disse Agatha Arnaus.
Vice-presidente da Câmara, Tânia Bastos (Rep) se solidarizou com as famílias das vítimas e destacou as principais pautas de atuação da Marielle. Além disso, relembrou a nomeação da tribuna em homenagem à parlamentar.
"A Casa confia no trabalho da polícia e da justiça na elucidação desse grave crime. Na época da morte de Marielle, éramos sete vereadoras, com o assassinato, ficamos seis. Nós nos mobilizamos e apresentamos um projeto de resolução que faz com que esta tribuna seja chamada de 'Tribuna Marielle Franco'. Uma grande homenagem a uma mulher que presidiu a Comissão de Defesa da Mulher com várias pautas importantes", ressaltou.
Emocionada, a vereadora Monica Cunha (Psol) contou que entrou para a política após um incentivo de Marielle. "Eu só me tornei a vereadora que sou porque ela, Marielle Franco, disse a mim que tinha chagado a hora de eu vir para este lugar, que eu já estava mais do que preparada para assumir este lugar também", relembrou.
Durante seu discurso, Pedro Duarte (Novo) abordou a desconfiança nas instituições e na democracia após a confirmação da participação de agentes públicos em crimes políticos. "Infelizmente, hoje é uma preocupação enorme que todos nós, cariocas, fluminenses, de direita, de esquerda, com diferentes visões, mas que estejam comprometidos com o combate a esse crime organizado", lamentou.
Por fim, o vereador Edson Santos (PT) concluiu que a política deve ser um ambiente de disputas de ideias, sem ódio ou violência. "Temos que pegar este fato como um exemplo de unidade para a defesa da vida e da integridade das pessoas, independentemente de partido. Temos que estar unidos e cerrados na defesa da integridade das pessoas e do direito de divergir. Espero que a apuração do crime não deixe pedra sobre pedra, indo a fundo na responsabilização de todos que orquestraram esse crime", afirmou.