Polícia busca motorista de aplicativo que levou mulher com idoso morto ao banco
Erika de Souza foi transferida para o presídio nesta quarta-feira (17). Em depoimento, ela alega que o idoso foi quem pediu para ir até a agência bancária
Erika foi transferida para o presídio nesta sexta-feira (17) onde aguardará a audiência de custódia - Reginaldo Pimenta/Agência O DIA
Erika foi transferida para o presídio nesta sexta-feira (17) onde aguardará a audiência de custódiaReginaldo Pimenta/Agência O DIA
Rio - A Polícia Civil busca identificar o motorista de aplicativo que levou a mulher com idoso morto a um banco em Bangu, na Zona Oeste, nesta terça-feira (17). A acusada, Erika de Souza Vieira Nunes, alega que o homem chegou vivo à agência bancária. Segundo o delegado Fábio Luiz responsável pela investigação, o depoimento do condutor vai ajudar a esclarecer o caso.
"Ele ainda não foi identificado, mas vamos descobrir quem foi esse motorista e ele vai ser ouvido. Ele vai poder esclarecer, se ajudou a colocar no carro, se quando ele pegou a pessoa estava viva ou não", explicou.
Erika foi transferida para o presídio nesta quarta-feira (17), onde aguardará pela audiência de custódia. Ainda pela manhã, alguns de seus familiares estiveram na delegacia, mas não quiseram gravar entrevistas.
fotogaleria
A mulher foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver após tentar sacar um empréstimo de R$17 mil. No banco, funcionários desconfiaram da cena e chamaram o Serviço Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito.
Na delegacia, ela afirmou ser sobrinha e cuidadora do idoso identificado como Paulo Roberto Braga, de 68 anos, mas na documentação obtida pelo delegado, Erika aparece como prima.
"Ela fala que foi um caso de registro mal feito e afirma que o idoso estava vivo, e que foi ele que quis ir pegar o dinheiro do seguro que já tinha sido realizado no dia 25 do mês passado. Mas, no vídeo dá para ver claramente que ele já estava morto, então essa alegação dela, só nesse vídeo, já dá pra ver que não procede", reforça Fábio.
Veja o vídeo:
Érika de Souza Vieira Nunes levou o corpo de Paulo Roberto, de 68 anos, a uma agência bancária do Itaú, em Bangu, para tentar pegar um empréstimo de R$ 17 mil no nome dele. Ela foi encaminhada para a delegacia prestar depoimento.
O caso foi registrado na 34ºDP (Bangu). Ainda de acordo com o titular da especializada, o laudo da perícia apontou indícios de que a vítima estava morta há pelo menos duas horas. Isso porque livores cadavéricos, que são acúmulos de sangue decorrentes da interrupção da circulação, indicam que Paulo não teria morrido sentado, como estava na cadeira, mas possivelmente deitado. Até o momento, o corpo do idoso ainda permanece no IML de Campo Grande.
"Tudo indica que ela cuidava dele e era responsável por isso, informalmente alguns outros familiares vieram e falaram isso. Ela chegou a dizer que ele tinha problemas de saúde e que ficou internado dias atrás. Tudo vai ser investigado", reforçou o delegado.
As investigações estão em andamento também para identificar a causa da morte e como o empréstimo foi feito.
O que diz a defesa?
A defesa de Erika, representada pela advogada Ana Carla Corrêa, garante que o idoso chegou vivo ao banco, além de informar que Paulo sofria com alcoolismo e enfrentava problemas de saúde recentemente, assim como o uso da cadeira de rodas.
"O idoso é tio dela e temos testemunhas que confirmam que o Paulo chegou vivo à agência. Eles moram, a família em si, em um grande terreno com várias casas, e ali um cuida do outro. O seu Paulo sempre foi uma pessoa independente, mas de um tempo pra cá começou a ter uma saúde um pouco mais debilitada, não somente pela idade, mas porque ele também era uma pessoa alcoólatra", disse.
Ainda segundo Ana Carla, informações como o motivo do empréstimo e o porquê a sobrinha não ter percebido que havia algo de errado com o tio durante o atendimento no banco, serão esclarecidas apenas em juízo.
"O corpo se encontra no IML, vamos esperar o retorno da necropsia e vamos juntar assistente técnico para confrontar a questão pericial. Com relação às horas que morreu ou não, qualquer pessoa que passa por mal súbito pode ter o enrijecimento dos seus músculos. As demais informações vão ser esclarecidas em juízo. Vamos esperar passar a audiência de custódia", finalizou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.