O Procon Estadual do Rio de Janeiro (Procon-RJ) fez, nesta terça-feira (28), em conjunto com o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RJ) uma fiscalização nos dois principais aeroportos da cidade do Rio. O objetivo era averiguar possíveis irregularidades na forma de transporte de animais domésticos e silvestres pelas companhias aéreas.
Durante a operação, os agentes verificaram falha na prestação do serviço de acordo com Código de Defesa do Consumidor e o Código Federal de Medicina Veterinária. Com isso, foram feitos quatro autos de infração para as empresas Latam e Gol. As empresas autuadas têm um prazo de 15 dias para defesa.
Para o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho, a modalidade é uma contratação de prestação de serviço, o que configura uma relação de consumo. Ele explicou que a ausência de um responsável técnico veterinário para "traçar protocolos e assegurar critérios objetivos de segurança, pronto atendimento e boa prestação de serviços" foram os motivos dos autos de infrações.
Diogo Alves, presidente do CRMV-RJ ressaltou que a ausência de um técnico veterinário coloca em risco a segurança no transporte dos animais. Segundo Alves, as instituições têm buscado a garantia do bem-estar e segurança dos animais.
Ele acrescentou que o parecer técnico de um profissional é "um respaldo técnico-jurídico que a companhia terá para transportar os animais com conforto e excelência".
"É inadmissível que as empresas aéreas não disponham de um serviço médico-veterinário para avaliação clínica no pré e pós-embarque. O que aconteceu com o cão Joca não foi ao acaso. Certamente este erro grotesco poderia ter sido minimizado com procedimentos operacionais padrões pautados por conceitos médicos", explicou Diogo.
Coelho reforça ainda que o descumprimento dessa norma pode gerar mais problemas.
"Quando um consumidor busca uma companhia aérea para transportar o seu animal de estimação, por exemplo, ele acredita que todo o transporte será feito em conformidade com o que está previsto em lei. Somente dessa forma é possível garantir a segurança e a vida dos animais. A falta de conformidade com a legislação pode trazer consequências irremediáveis", ressaltou o presidente do Procon-RJ.
Procurada, a empresa Latam afirmou, por meio de nota, que "prestará os devidos esclarecimentos ao órgão".
A Gol não se manifestou, o espaço está aberto para posicionamento.
Caso Joca
Em abril, o golden retriever Joca morreu durante um após ser enviado para o estado errado em um voo da Gol. A Gollog, serviço de transportes da companhia aérea, era responsável pelo trajeto do Aeroporto Internacional de Guarulhos até Sinop, no Mato Grosso, onde seu tutor o aguardava, mas o animal foi enviado para Fortaleza. Depois do erro, o cão foi enviado novamente àquele aeroporto e encontrado morto pelo tutor, João Fantazzini.
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