Rafael Wolfgramm foi baleado durante a operação no Complexo da MaréRede Social

Rio - O sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Rafael Wolfgramm Dias, que foi baleado durante operação na Maré, segue internado em estado grave, nesta sexta-feira (14), no Hospital Federal de Bonsucesso, Zona Norte. Segundo o boletim médico, o agente foi submetido a uma cirurgia delicada logo que deu entrada na unidade. 
Desde a última quarta-feira (12), familiares de Rafael fazem campanha nas redes sociais pedindo doações de sangue para o militar. Os parentes chegaram a levar um ônibus de Seropédica, Baixada Fluminense, com voluntários para a unidade de saúde de Bonsucesso, onde são colhidas as doações.
A operação na Maré, que na terça-feira (11), deixou cinco mortos, entre eles o agente do Bope Jorge Galdino Cruz, de 32 anos. Além disso, 24 suspeitos de envolvimento com o tráfico que atua na região foram presos.
No grupo, sete são naturais de Minas Gerais, dos quais cinco estavam foragidos da Justiça. Na ação, um ônibus também foi incendiado e uma carreta foi colocada atravessada em vias que margeiam as comunidades do Complexo da Maré, como a Avenida Brasil, Linhas Vermelha e Amarela, provocando a interdição temporária do trânsito.
A ação aconteceu após lideranças do tráfico ordenarem ataque a PMs que estavam no interior da comunidade. Os agentes ficaram encurralados em uma casa, onde o sargento do Bope, Jorge Galdino foi baleado e morto. A ordem de atacar o local partiu de lideranças do Terceiro Comando Puro (TCP), que domina parte das comunidades que integram a Maré.
Um áudio que viralizou nas redes sociais revela o momento em que os criminosos realizaram o ataque: "Três canas ali, vamos quebrar a casa com eles dentro. Não vai sair da casa, filha da p*", gritou um dos criminosos que participa do confronto.
Operação mantida
A Maré segue com policiamento reforçado após a operação. Nesta sexta-feira, pelo terceiro dia consecutivo, agentes de diversos batalhões atuam na região.
Ao todo, até o momento, foram apreendidos 11 fuzis, uma metralhadora antiaérea, cinco pistolas, uma espingarda calibre 12, seis carros roubados, duas motos e drogas. O material foi encaminhado à 21ª DP (Bonsucesso). Além disso, um esconderijo usado por traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) foi localizado. Os veículos recuperados tiveram como destino o pátio do 22° BPM (Maré). 
Atiradores identificados
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) identificou dois responsáveis pelo ataque aos agentes do Bope na operação da última terça-feira. O primeiro deles é Ronald de Souza Gomes, conhecido como Titi ou Titio do Adeus, e o segundo Luciano Candido Crispim, o Pitbull. A dupla atuaria como seguranças de lideranças da facção que atua na localidade.
Segundo os investigadores da especializada, Titi responde diretamente a Thiago da Sillva Folly, o TH, e foi identificado como autor do áudio gravado no momento em que os PMs são encurralados por traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP).