Rafael Wolfgramm foi baleado durante a operação no Complexo da MaréRede Social

Rio - O Ministério da Saúde divulgou um novo boletim, na tarde deste sábado (15), sobre o estado de saúde do sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Rafael Wolfgramm Dias, que segue em estado grave. O policial está internado desde a última terça-feira (11) na ala de tratamento intensivo do Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, após ser baleado durante uma operação no Complexo da Maré.
Rafael passou por uma cirurgia delicada logo ao dar entrada no hospital e continua recebendo cuidados intensivos. Desde sua internação, familiares e amigos do sargento têm organizado campanhas nas redes sociais para pedir doações de sangue. Um ônibus com voluntários saiu de Seropédica, na Baixada Fluminense, rumo ao hospital em Bonsucesso para contribuir com as doações.
A operação na Maré deixou um saldo de cinco mortos, incluindo o agente do Bope Jorge Galdino Cruz, de 32 anos. Além disso, 24 suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas na região foram presos. Entre os detidos, sete são naturais de Minas Gerais, dos quais cinco estavam foragidos da Justiça. Durante a ação, um ônibus foi incendiado e uma carreta foi atravessada em vias importantes que margeiam as comunidades do Complexo da Maré, como a Avenida Brasil e as Linhas Vermelha e Amarela, provocando a interdição temporária do trânsito.
A operação foi desencadeada após líderes do tráfico ordenarem um ataque aos policiais que estavam dentro da comunidade. Os agentes ficaram encurralados em uma casa, onde o sargento Jorge Galdino foi baleado e morto. A ordem de ataque partiu de líderes do Terceiro Comando Puro (TCP), que domina parte das comunidades da Maré. Um áudio que circulou nas redes sociais revelou o momento do ataque: "Três canas ali, vamos quebrar a casa com eles dentro. Não vai sair da casa, filha da p*", gritou um dos criminosos.
As forças de segurança mantiveram a operação na Maré, com policiamento reforçado na região pelo terceiro dia consecutivo. Até o momento, foram apreendidos 11 fuzis, uma metralhadora antiaérea, cinco pistolas, uma espingarda calibre 12, seis carros roubados, duas motos e diversas quantidades de drogas. O material apreendido foi encaminhado à 21ª DP (Bonsucesso), e os veículos recuperados foram levados ao pátio do 22° BPM (Maré).
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) identificou dois suspeitos responsáveis pelo ataque aos agentes do Bope. Ronald de Souza Gomes, conhecido como Titi ou Titio do Adeus, e Luciano Candido Crispim, o Pitbull, são suspeitos de atuarem como seguranças de líderes da facção. Titi responde diretamente a Thiago da Silva Folly, o TH, e foi identificado como o autor do áudio gravado durante o ataque.