Milicianos trocaram tiros no centro de Queimados na tarde desta sexta-feira (21)Reprodução

Rio - O prefeito de Queimados, Glauco Kaizer (União Brasil), disse, através de uma postagem em suas redes sociais, que pediu reforço no contingente de policiais militares lotados no batalhão da cidade para evitar que novos casos envolvendo criminosos, como o confronto entre milicianos ocorrido nesta sexta-feira (21), volte a acontecer no município da Baixada Fluminense. Um maior rigor nas investigações também foi solicitado.
Kaizer contou que ligou diretamente para o coronel Marcelo de Menezes, secretário de Polícia Militar, e para o delegado Marcus Amim, secretário de Polícia Civil, com o objetivo de conversar sobre o assunto logo depois que a troca de tiros ocorreu.
"É inadmissível o fato que aconteceu ali na frente do Mercado Nossa Senhora de Aparecida. Por isso, entrei em contato com o secretário de Polícia Militar, o coronel Menezes, mas também com o secretário de Polícia Civil, o doutor Amim, aos quais solicitei tanto rigor nas investigações como também no reforço policial para o nosso batalhão de Polícia Militar", comentou.
Segundo o prefeito, foi solicitado ao governador Cláudio Castro (PL) que um número considerado de policiais militares, formados pela próxima turma do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap), sejam designados para o 24º BPM (Queimados) em busca de oferecer segurança para os moradores.

"Que a cidade de Queimados receba uma quantidade importante de policiais para que a gente possa tê-los na rua oferecendo segurança e garantia para o cidadão de bem e para sua família", comentou.
Kaizer aproveitou para destacar o ranking que apontou Queimados como a 17ª cidade mais violenta do país. De acordo com o Atlas da Violência 2024, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira (18), o município registrou 82 homicídios em 2022, sendo uma taxa de 58,4 crimes para cada 100 mil habitantes. A população da cidade no ano em questão era de cerca de 141 mil pessoas. Para o prefeito, Queimados não voltará a crescer com esses números.
"Não vamos deixar a nossa cidade voltar às manchetes como mais violenta do Brasil como foi em 2016. Hoje caímos 16 posições neste famigerado ranking, mas temos muito a avançar e essa é a nossa luta diária", escreveu.
Confronto com morte e prisões
O centro do município virou palco de guerra na tarde desta sexta-feira (21) devido a um confronto entre milicianos rivais. A troca de tiros terminou com um suspeito morto e outros cinco presos, sendo um deles encontrado ferido em um hospital de Nova Iguaçu.
O tiroteio aconteceu na Avenida Doutor Pedro Jorge, próximo ao Mercado Nossa Senhora Aparecida. Vídeos que circulam as redes sociais mostram o veículo de um dos grupos parado com as portas abertas no meio da rua logo após ser atingido por disparos. Mais tiros são realizados e um dos suspeitos, que estava no veículo, é baleado. Em outras imagens, o homem aparece já morto.
Policiais do 24º BPM (Queimados) e do Segurança Presente Queimados estiveram no local e encontraram o corpo do criminoso ao lado do veículo. Os agentes ainda apreenderam duas pistolas, 11 carregadores, dois celulares, dois coletes a prova de balas e 158 munições.
Posteriormente, as equipes realizaram buscas na região para localizar e prender os envolvidos na troca de tiros. Próximo dali, no bairro Valdariosa, os policiais abordaram um grupo de milicianos em um carro. Ao todo, quatro suspeitos foram presos.
O quarteto estava com um fuzil calibre 556, três pistolas, cinco carregadores de fuzil, 14 carregadores de pistola, 136 munições de fuzil, 139 munições de pistola, além de um colete balístico, quatro capas de colete, seis camisas pretas, quatro celulares e uma touca ninja. Todo o material foi apreendido.

Após as prisões, durante buscas em hospitais da Baixada, os agentes encontraram um suspeito que havia sido baleado durante o confronto. Ele deu entrada no Hospital Geral de Nova Iguaçu e ficou internado sob custódia.
O homem relatou aos policiais que estava junto com os milicianos alvos do ataque promovido pelo grupo que acabou detido pelas equipes.
O caso foi registrado na 55ª DP (Queimados) e, posteriormente, repassado para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Os quatro homens presos pela PM em um carro foram autuados em flagrante pelo crime de homicídio, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, receptação de veículo produto de crime e constituição de milícia privada.
Já o suspeito detido no hospital irá responder pelo porte ilegal de arma de fogo e por milícia privada.