Ronnie Lessa confessou ter atirado em Marielle e AndersonDivulgação/ MPRJ

Rio - A defesa de Ronnie Lessa pediu para que o ministro Alexandre de Moraes reconsidere a decisão que determinou o monitoramento de áudio e vídeo durante as visitas do advogado ao réu na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. O ex-policial militar é réu confesso pela execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Em documento assinado na terça-feira (2), o advogado Saulo Carvalho argumentou que a medida do ministro parece violar o direito da defesa de se comunicar com seus clientes de maneira pessoal e reservada. Além disso, ressaltou que Lessa fechou um acordo de delação premiada.
"Fiz esse pedido de reconsideração tão somente a parte em que o ministro determina que sejam monitoradas no parlatório as conversas por áudio e vídeo entre cliente e o advogado. Ao que parece, há uma violação da prerrogativa do advogado, que é o direito de conversar reservadamente com seu cliente. Entendo que, dessa forma, deve haver uma violação a esse direito de defesa", explicou Saulo ao DIA.
Ronnie Lessa foi transferido para a na unidade de segurança máxima Doutor Tarcizo Leonce Pinheiro Cintrade, em Tremembé, no último dia 20. Ele está preso pelo assassinato da vereadora Marielle e do motorista Anderson desde março de 2019, assim como seu comparsa Élcio de Queiroz. 
O ex-militar é um dos delatores do caso e, em trecho mais recente do seu depoimento, apontou os irmãos Brazão como os mandantes do assassinato. Segundo o executor do crime, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, e Chiquinho Brazão, deputado federal (União-RJ), atuaram como mandantes do homicídio da vereadora.