Rio - O petroleiro Bruno Lima da Costa, de 34 anos, baleado durante o sequestro a um ônibus na Rodoviária do Rio, vai ficar frente a frente com o responsável pelos disparos que quase tiraram sua vida. Isso porque a vítima será uma das testemunhas na continuação da audiência de instrução e julgamento de Paulo Sérgio de Lima, 29, responsável por sequestrar e manter 16 pessoas reféns no coletivo, em março. A sessão está marcada para 12 de agosto, às 16h30.
A informação foi confirmada ao DIA pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O crime aconteceu no dia 12 de março deste ano, quando o acusado invadiu um ônibus e fez reféns, entre eles uma criança de colo e seis idosos. A ação durou três horas e deixou dois feridos.
Paulo Sérgio de Lima, de 29 anosReprodução
Paulo teria confundido o funcionário da Petrobras com um policial militar e disparou contra ele. Três tiros acertaram a vítima, atingindo pulmão e o baço. Um desses projéteis ficou alojado bem próximo do coração. O petroleiro recebeu alta após quase dois meses internado e passou por três hospitais diferentes.
O sequestro
Paulo Sérgio manteve 16 passageiros reféns em um ônibus da Viação Sampaio, na plataforma central, por volta das 15h. Ele se entregou aos agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) cerca de três horas depois. O sequestrador estava a caminho de Juiz de Fora, em Minas Gerais, cidade onde Bruno mora. Em razão do sequestro, a segunda maior rodoviária da América Latina teve quer ser completamente esvaziada.
Segundo a polícia, acusado teria participado de um roubo a van e atirado contra traficantes da Rocinha, na Zona Sul, onde ele morava, no dia 10 de março. Estes episódios resultaram na tentativa de fuga do homem para Juiz de Fora, em Minas Gerais, e, consequentemente, no sequestro ao coletivo. Ele foi preso e conduzido à 4ª DP (Praça da República) e, posteriormente, transferido à Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte. A pistola que ele usou no crime também foi apreendida.
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