Julia Hemanuelly de Faria Costa, de 15 anos, foi morta asfixiadaReprodução

Rio - O mecânico Luiz Paulo Alves Vieira Filho foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) por matar e ocultar o corpo da enteada Julia Hemanuelly de Faria Costa, de 15 anos. O feminicídio ocorreu em Piraí, no Sul Fluminense, e as ossadas da adolescente foram encontradas em Quatis, na mesma região.
De acordo com as investigações, em fevereiro de 2023, após levar sua mulher ao trabalho, Luiz esganou a adolescente por ela ser contra o relacionamento dele com sua mãe. A jovem foi asfixiada pelo padrasto e sofreu lesões com um objeto cortante.
Depois de matá-la, as investigações apuraram que Luiz embrulhou o corpo de Júlia em um lençol, o colocou em seu carro e dirigiu até Quatis, onde, em uma área de mata, na região de São Joaquim, deixou o cadáver da vítima, cobrindo-o com uma lona. As ossadas foram encontradas em março e exames confirmaram que o corpo era da jovem.
"O crime ainda foi cometido de modo que tornou impossível a defesa da vítima, eis que foi cometido pelo padrasto da vítima, uma menina de 15 anos, homem de estrutura avantajada contra uma jovem adolescente sem qualquer chance. Por fim, o crime foi cometido por feminicídio, eis que praticado contra a mulher, no seio familiar, em razão do próprio sexo dela”, diz a denúncia.

Segundo o documento, Luiz ficou com o celular de Júlia e, fingindo que era ela, mandou mensagens para a mãe dela dizendo que a menina teria ido para a cidade do Rio.
O promotor Marcelo Airoso destacou que a demora em encontrar o corpo preocupou a população local. "Enquanto eram feitas as buscas pelo corpo, o assassino se passava pela menina, mentindo para a mãe dela. No telefone da própria menina, se passando por ela, ele dizia, por mensagens, que não ia voltar para casa e que era para a mãe cuidar bem dele que era um homem religioso e bom padrasto”, destacou.

Descoberta a autoria, foi o próprio Luiz Paulo que indicou o local onde estava o corpo. “Se ele não dissesse onde estava a ossada, dificilmente alguém ia achar porque, conforme ele mesmo falou, só tinha osso. Uma vez achada a ossada, depois feito o exame da arcada dentária, verificou-se que era mesmo da menina”, explicou Airoso.
O acusado confessou o assassinato da enteada. A Promotoria de Justiça de Piraí pede sua condenação pelos crimes de feminicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Luiz já está preso pelo crime de estupro de vulnerável após abusar várias vezes de sua mulher. Por isso, ele foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado.