Familiares e amigos de Gabriel Pereira, de 24 anos, protestam na Via Light, em Nova Iguaçu, na tarde desta sexta-feira (23)Pedro Teixeira/Agência O Dia

Rio - Familiares e amigos de Gabriel Pereira dos Santos, de 24 anos, morto por um PM após fazer manobras com a moto, realizaram um protesto, na tarde desta sexta-feira (23), na Praça dos Direitos Humanos, na altura da Via Light, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Durante o ato pacífico, eles seguraram cartazes com pedidos por justiça e chamaram a atenção para a violência policial no estado do Rio de Janeiro. 
"Pedir justiça não é pedir esmola, é um direito do povo", dizia um cartaz segurado pelo pai de Gabriel, Rosimar Dutra. "Tiro na cabeça por empinar moto é covardia", dizia uma outra mensagem. O grupo, que vestia uma camisa com o rosto de Gabriel, também teme que o policial Allan Mendes Rocha, responsável pelo disparo, seja solto nos próximos dias.
O agente foi preso no mesmo dia do assassinato. "A nossa família está devastada. Queremos que o caso não seja esquecido e que o responsável seja punido de forma justa. Estamos aqui também para chamar a atenção para a violência policial e garantir que outras famílias não passem pela dor que estamos passando", desabafou a mãe de Gabriel, Sônia Pavão. "Queremos que todos saibam que não vamos nos calar e que lutaremos até o fim por justiça", disse a prima da vítima, Kellen Pavão.
Relembre o caso
Conforme relato de testemunhas, o agente atirou na cabeça de Gabriel durante uma abordagem do Segurança Presente Miguel Couto, base onde estava lotado, no início da tarde do último dia 16. Allan passou por audiência de custódia, na tarde deste sábado (17). Na decisão, a juíza Daniele Pires Lima converteu a prisão em preventiva, tendo em vista a gravidade da ocorrência.
"Trata-se de crime de extrema gravidade, em que o custodiado efetuou disparos em direção à vítima, ceifando com sua vida", escreveu na decisão. O agente vai responder por homicídio qualificado.
O que dizem as autoridades
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o crime. Allan também tem a sua conduta investigada pela corregedoria da PM, além de ter sido descredenciado do programa Segurança Presente.
Os agentes da DHBF estiveram no local onde o disparo ocorreu para realização de perícia. Na ocasião, o policial foi ouvido pelos agentes e sua arma recolhida e levada para análise.
Segundo a Secretaria de Estado de Governo (Segov), as câmeras usadas pelos agentes integrantes do Segurança Presente que estavam presentes também serão disponibilizadas para a DHBF. "A conduta do policial está sendo investigada pela Corregedoria da PM e ele será descredenciado do CPROEIS se constatado qualquer erro durante a abordagem", disse em comunicado.