Luzia Helena Reis, de 60 anos, foi assassinada pelo filho em CosmosArquivo Pessoal

Rio - Moisés Reis de Souza, de 20 anos, preso em flagrante por matar a mãe a facadas em Cosmo, na Zona Oeste, teve a prisão convertida em preventiva em audiência de custódia nesta sexta-feira (6). Luzia Helena Reis, 60 anos, será sepultada neste sábado (7), às 10h, no Cemitério da Cacuia, Zona Norte.
Em depoimento após ser preso, Moisés confessou que vinha tendo brigas com a mãe por ela não aprovar o relacionamento dele com uma menina de 17 anos. Ainda conforme o suspeito, por volta das 20h30 do dia 30 de agosto, ele atacou a mãe pelas costas após uma discussão, com uma faca que pegou no armário da cozinha.
Segundo o acusado, de primeiro ele tentou acertar o pescoço da vítima, mas a arma caiu no chão. Moisés, então, aplicou um golpe 'mata-leão' na própria mãe, derrubando ela no chão e pegando a faca logo em seguida. Luzia chegou a implorar ao filho para que ele não fizesse isso, mas, conforme o depoimento, ele esfaqueou ela no pescoço, do lado direito. 
Moisés disse aos policiais que, após o golpe, a vítima começou a jorrar muito sangue, morrendo logo em seguida. O rapaz, então, levou o corpo para o quintal e queimou. Ele relatou que, logo após, chamou a namorada e, juntos, eles descartaram os restos mortais em um terreno baldio. 
"Assim, evidente a necessidade da conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do custodiado como medida de garantia da ordem pública, sobretudo porque crimes como esse comprometem a segurança de moradores da cidade do Rio de Janeiro, impondo-se atuação do Poder Judiciário, ainda que de natureza cautelar, com vistas ao restabelecimento da paz social concretamente violada pela conduta do custodiado", escreveu a juíza Rachel Assad da Cunha na decisão.
Desaparecimento
Amigos e vizinhos de Luzia notaram o seu desaparecimento no dia 1° deste mês e avisaram familiares. De acordo com Bruna Reis, de 29 anos, sobrinha da vítima, Moisés falou para quem perguntava sobre sua mãe que ela tinha viajado para a casa de outro familiar.
Quando soube sobre o desaparecimento, Bruna entrou em contato com o primo para saber o que aconteceu e recebeu a resposta que a tia tinha sumido sem dar explicações. Nesta segunda-feira (2), a familiar buscou a tia em hospitais e até no cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste, mas não a encontrou.
"Depois de muito tempo, no domingo às 22h, ele me ligou dizendo que a minha tia não estava em casa, que ela tinha sumido, que ela tinha levado documentos. Eu achei estranho. Como eu moro na Ilha e é contramão para mim, eu disse que ia de manhã. Eu e o meu marido fomos, rodamos Campo Grande inteiro, fomos em hospitais e no cemitério. Só depois fui na casa dele. Ele disse que foi nas primas dele e que ninguém sabia de nada. Ele disse que ia procurar e eu voltei para casa. Mentira, ele não tinha falado com ninguém", destacou.
Segundo a Polícia Militar, agentes do 40º BPM (Campo Grande) foram chamados para verificar um homicídio na noite desta segunda-feira (2) no cruzamento da Rua Projetada Dois com a Rua Icurana. No local, eles encontraram o corpo da mulher.
Posteriormente, os agentes conseguiram prender Moisés e a namorada na região. Eles foram encaminhados à 35ª DP (Campo Grande) e depois transferidos para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
A Policia Civil informou que o jovem foi autuado em flagrante por feminicídio, destruição, subtração ou ocultação de cadáver e corrupção de menores.