Tiroteio assustou moradores na comunidade da Chacrinha, na Praça SecaArquivo / Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Tiroteio assusta moradores da Praça Seca pelo segundo dia consecutivo
Região sofre com constantes conflitos em meio à guerra de facções rivais pelo controle das comunidades
Rio - Pelo segundo dia consecutivo, um intenso tiroteio assustou moradores da Praça Seca, Zona Oeste do Rio, na manhã deste sábado (7). O confronto, que começou na madrugada e durou até a tarde, aconteceu em meio à guerra de facções rivais pelo controle de comunidades da região.
Segundo a Polícia Militar, agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) realizaram uma operação na comunidade do Bateau Mouche. Durante a ação, um homem acabou sendo baleado após entrar em confronto com os militares. Ainda não há informações sobre o seu estado de saúde. Com ele, um fuzil AK-47 foi apreendido.
O tiroteio na região da Praça Seca e do Campinho, na Zona Norte, durou mais de 12 horas. Isso porque, na madrugada deste sábado (7), militares do 9º BPM (Rocha Miranda) entraram em conflito com criminosos do Morro do do Fubá durante uma operação da PM.
Apesar do clima de guerra, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que a UPA Jacarepaguá funcionou normalmente. Já as clínicas da rede municipal estão fechadas por causa do feriado nacional em comemoração ao dia da independência do Brasil, assim como as escolas.
Nas redes sociais, moradores comentaram sobre os constantes conflitos que assolam a região. "Desde ontem tem tiroteio em plena 5h da manhã na Praça Seca", escreveu um residente. "Acordei ouvindo tiroteio. Ai como eu amo a Praça Seca", ironizou outra usuária que vive no local. "E a bala segue comendo. Bom dia, Praça Seca!", comentou outra pessoa.
Desde sexta-feira (6), o policiamento segue reforçado na região devido a um confronto que aconteceu entre traficantes e policiais militares. Na ocasião, equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) realizavam um patrulhamento na Chacrinha quando foram atacadas por um grupo de homens armados. Houve troca de tiros e os suspeitos conseguiram fugir acessando a área de mata da região.
Devido aos constantes tiroteios, alguns moradores chegaram a comparar os confrontos da região com a guerra na Faixa de Gaza, em postagens nas redes sociais. "Praça Seca virou a Faixa de Gaza", comentou um usuário. "Praça Seca e Campinho estão parecendo Gaza, que isso", escreveu um outra pessoa.
Guerra nas redondezas
A guerra de facções criminosas pelo controle de território se estende para as regiões vizinhas à Praça Seca. No Campinho, Zona Norte do Rio, também houve tiroteio nesta sexta-feira (6). O conflito aconteceu em uma área de mata nas proximidades do Saçu, na divisa entre as comunidades da região com a Praça Seca.
Na quarta-feira da semana passada (28), foi a vez dos morros do Campinho e do Fubá serem palcos de intensos tiroteios entre criminosos. Na ocasião, o confronto durou mais de uma hora e teve direito a rajadas de tiros e uso de granadas.
Os conflitos entre traficantes rivais têm sido constantes nessa região. Isso porque, o local vive uma guerra entre o Terceiro Comando Puro (TCP), que controla as comunidades do Campinho, e o Comando Vermelho (CV), que ocupa áreas da Praça Seca e tenta dominar os locais controlados pela facção inimiga.
Em junho, um intenso tiroteio entre policiais militares e criminosos terminou com a morte de duas pessoas. Entre elas estava Marluci Lopes Pereira, de 63 anos, que passava de carro pela região no momento do confronto e acabou sendo atingida.
Na mesma semana, um vídeo circulou nas redes sociais mostrando traficantes do TCP fortemente armados e ameaçando invadir a região da Praça Seca.
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