Ocupantes de veículo branco fizeram diversos disparos contra as vítimas, em um bar de Belford RoxoReginaldo Pimenta/Agência O Dia

Rio - A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga se o ataque a tiros em um bar que provocou quatro mortes foi motivado pelo som alto das vítimas. O crime aconteceu neste domingo (1º), no bairro Xavantes, em Belford Roxo, quando Douglas de Moura Costa, de 39 anos, Carlos Augusto Soares Batista, 39, Leandro Marciano Azevedo, 31, e Robert de Paula, 28, celebravam o titulo do Botafogo na Libertadores e foram alvos de disparos. Um outro homem também ficou ferido. No fim de semana, outros atentados em bares de Campos dos Goytacazes e Niterói deixaram uma criança e um casal mortos.
Segundo a DHBF, nenhuma linha de investigação foi descartada e todas as possibilidades de motivação serão apuradas, mas parentes das vítimas disseram acreditar que o crime aconteceu porque elas estavam ouvindo som alto na rua. A suspeita das famílias é de que os disparos foram feitos de dentro de um veículo, por milicianos da região. A especializada não aponta, até o momento, envolvimento deles com criminosos. Dois tinham anotações por delitos de violência doméstica.

Familiares dos quatro homens estão no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu, também na Baixada Fluminense, na manhã desta segunda-feira (2), para fazerem a liberação dos corpos. Cunhado de Leandro, João Eduardo Alves relatou que o grupo sempre costumava fazer churrasco no local e nunca haviam tido problemas.
"Os covardes que fazem isso, é porque estavam se incomodando com alguma coisa (…) Como uma pessoa pode chegar e fazer essa maldade? Porque esse povo que fez isso com eles, fez para acabar com a festa, com o barulho do som. Foi uma covardia", lamentou o parente. "Ele (Leandro) nunca fez nada de errado, era uma pessoa limpa, trabalhava em um mercado em Copacabana, era trabalhador, era uma pessoa inocente, uma pessoa feliz", completou o desabafo.

De acordo com a Polícia Militar, equipes do 39º BPM (Belford Roxo) foram acionadas para uma ocorrência de homicídio, na Rua Taylor, onde encontraram quatro homens já sem vida. No local, os PMs foram informados que ocupantes de um veículo branco atiraram várias vezes contra um grupo reunido em um bar. Além dos mortos, uma outra pessoa baleada foi socorrida ao Hospital Municipal de Belford Roxo e depois transferida para Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias informou que Jonathan Carlos Pereira de Almeida, de 37 anos, deu entrada na unidade às 22h56 de domingo, baleado no braço direito. De acordo com a direção do hospital, o paciente foi avaliado pela equipe multidisciplinar e realizou exames de imagens. No momento, ele segue em acompanhamento e o quadro de saúde é considerado estável. Segundo a Polícia Civil, diligências estão em andamento na DHBF para apurar a autoria e a motivação do crime.
A reportagem de O DIA esteve no local do crime e os poucos estabelecimentos comerciais da região não abriram as portas na manhã desta segunda-feira. No bar onde as vítimas foram mortas, ainda era possível ver caixa de som, chinelo e outros objetos revirados, bem como marcas de sangue e até um projétil. Equipes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense realizavam diligências e uma viatura da PM atuava no policiamento da área.
Ataques em bares deixaram criança e outros dois mortos
Além das mortes em Belford Roxo, no sábado (30), um ataque a tiros em um bar de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, deixou um menino de 6 anos morto e três homens feridos. A criança foi atingida no pescoço e chegou a ser socorrida, mas não resistiu. As outras três vítimas, sendo uma baleada no rosto e na perna, a outra no braço e pé, e o último na barriga, seguem internadas no Hospital Geral Ferreira Machado. O caso é investigado pela 146ª DP (Campos). 
Ainda no sábado, um outro ataque a tiros em um bar, dessa vez em Niterói, na Região Metropolitana, provocou as mortes de Michel da Silva Campos Pereira e Janete Regina Batista, além de ter deixado outras quatro pessoas feridas, uma delas seria adolescente. O crime aconteceu na Rua General Andrade Neves, no bairro São Domingos, e o homem morreu ainda no local. Já a mulher foi socorrida para o Hospital Estadual Azevedo Lima, mas acabou morrendo no domingo. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI). 
*Colaborou Reginaldo Pimenta