Jornalista e escritor, Sérgio Cabral recebe homenagem em Copacabana Reprodução / Instagram

Rio - O jornalista, escritor e compositor Sérgio Cabral, que morreu em julho deste ano, aos 87 anos, dará nome ao trecho final da Rua General Barbosa Lima, em Copacabana, na Zona Sul.
O prefeito Eduardo Paes sancionou, na última segunda-feira (2), o projeto de lei apresentado pelo vereador Vitor Hugo (MDB), que batizou como Largo Jornalista Sergio Cabral ao lugar localizado no final da rua em que o escritor passou boa parte da vida.
Em seu perfil do Instagram, o ex-governador do Rio e filho do jornalista, Sérgio Cabral, comemorou a homenagem. "Estou muito feliz e emocionado. [...] meu pai e minha mãe moraram [naquele lugar] por 51 anos, onde eu fui criado, onde morei dos 10 aos 23 anos. [...] Ali eu joguei bola, ali o meu pai, nesses últimos anos, pegou o solzinho dele. Então, muito obrigado", disse.
Em 14 de julho, Sérgio Cabral faleceu depois de ficar internado por mais de 60 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul. Nos últimos anos, ele estava com a saúde bastante fragilizada em decorrência do mal de Alzheimer. 
Quem foi Sérgio Cabral
Nascido em Cascadura, na Zona Norte, Sérgio Cabral começou sua carreira em 1957 como repórter do Diário da Noite. Um dos fundadores do jornal "O Pasquim" e editor de vários jornais e revistas por décadas, ele foi autor de mais de 20 livros, entre eles as biografias de Pixinguinha, Almirante, Nara Leão, Ary Barroso, Tom Jobim e Ataulfo Alves.
Com o livro sobre Pixinguinha, inclusive, o escritor ganhou o concurso de monografias sobre música popular, instituído pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), em 1977.
Cabral também foi responsável por muito do que se sabe sobre música brasileira. O jornalista foi parceiro de Rildo Hora na composição de diferentes canções como Janelas Azuis, Visgo de Jaca, Velha-Guarda da Portela e Os Meninos da Mangueira.
No mundo do Carnaval, Sérgio trabalhou como repórter nos desfiles das escolas de samba na década de 60. Ele também foi comentarista das apresentações passadas na TVE e na TV Manchete. Cabral até escreveu um livro sobre as agremiações na década de 90.
Vida política
Assim como o filho, ele também teve carreira na política, sendo vereador do Rio na década de 80, tendo atuado na elaboração da Lei Orgânica do Município e do Plano Diretor da cidade. Entre os projetos de sua autoria transformados em lei, está o que constitui o bairro de Santa Teresa em área de proteção ambiental e o que obriga a construção de salas de espetáculos nos centros comerciais construídos no Rio.
No cargo de Secretário Municipal de Esportes e Lazer (1987/1988) criou a Fundação Rio Esporte entre outras atuações destacadas.
Em 1993, teve seu nome aprovado pela Câmara de Vereadores para exercer a função de Conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM) substituindo o conselheiro aposentado Luiz Alberto Bahia.