José Mota da Silva morreu enquanto aguardava atendimento na UPA da Cidade de DeusReprodução / Redes sociais

Rio - A Prefeitura do Rio já substituiu os 20 funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, na Zona Oeste, que foram mandados embora acusados de negligência no atendimento de José Augusto Mota da Silva, de 32 anos. O paciente morreu, na sexta-feira passada (13), enquanto aguardava ser chamado para ser atendido na unidade.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital, os profissionais foram substituídos por outros convocados em concurso público da RioSaúde, além de concursados que já haviam pedido transferências anteriores na empresa pública. 

Nesta segunda-feira (16), o próprio secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, havia confirmado o desligamento dos profissionais do plantão. Foi o próprio líder da pasta que, ainda no sábado, através da suas redes, anunciou a punição da equipe.

Soranz explicou que os funcionários demitidos responderão a uma sindicância e serão denunciados aos seus respectivos conselhos de classe. "É inadmissível não perceberem a gravidade do caso", compartilhou o secretário no "X", antigo Twitter, um dia após o ocorrido.

O caso

De acordo com relatos, José Augusto da Silva deu entrada na UPA na noite da última sexta-feira (13) com fortes dores pelo corpo. Em imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver o homem desacordado sentado em uma cadeira da recepção. Outro vídeo mostra ele, já sem vida, em uma maca sendo levado à Sala Vermelha, enquanto pacientes questionam uma funcionária por conta do ocorrido.

Na ala médica, foi constatada parada cardiorrespiratória. A SMS disse, em nota, que a coordenação abriu uma sindicância e utilizará as imagens e registros nos prontuários para "apurar o caso rigorosamente".

Os profissionais, por sua vez, relataram à pasta que "o paciente estava lúcido e entrou andando na unidade, acompanhado por uma pessoa que informou não poder permanecer no local" e que, após isso, tudo aconteceu muito rápido. Entre os demitidos da UPA, seis eram técnicos de enfermagem.
O departamento jurídico Sindicato dos Técnicos de Enfermagem (Sindtec) informou, nesta terça-feira (17), que acionará a Justiça do Trabalho com uma ação civil pública pedindo de forma liminar a apreensão das imagens do circuito interno da UPA. A demanda também requere a suspensão das demissões. "O sindicato se posiciona contrário as demissões arbitrárias como ocorreu", compartilhou.