Operação na Penha e Alemão conta com cerca de 500 policiaisPedro Teixeira/Agência O DIA
Megaoperação no Complexo do Alemão tem cinco mortos e moradores feridos
Um policial militar também foi baleado e o estado de saúde é grave
Rio - A megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e Alemão, na Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira (24), deixou cinco mortos e nove feridos. A PM reforça que a ação continua nas comunidades. O clima na região é de tensão, com comércios fechados e ruas desertas.
O Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV) recebeu seis baleados. Deste total, um paciente deu entrada morto, outro paciente está em estado grave, um permanece estável e três receberam alta. A coordenação da UPA Alemão também recebeu seis baleados na unidade. Destes, dois chegaram na unidade mortos, dois tinham ferimentos, um recebeu alta e outro deixou a unidade após os primeiros cuidados. Um paciente foi transferido para o Hospital Municipal Souza Aguiar e seu estado é grave, e outro será encaminhado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas.
Segundo relatos de moradores, os tiroteios continuam intensos, mesmo após 14 horas do início da megaoperação. Reféns do medo, muitos deles tiveram suas casas atingidas por disparos, vivendo momentos de extrema tensão e insegurança.
Quem são os mortos
- Carlos André Vasconcelos, jardineiro de 35 anos, atingido a caminho do trabalho próximo à estação do BRT da Penha;
- Antônio Júlio Cláudio, de 53 anos, morador do Complexo do Alemão, foi socorrido e levado à UPA do Alemão, mas não resistiu aos ferimentos;
- Geraldo Carlos Barbosa dos Reis, de 67 anos, baleado no tórax em Nova Brasília. Ele morreu no local;
- Um adolescente de 16 anos, que, segundo a polícia, tinha envolvimento com o tráfico no Complexo do Alemão;
- Um jovem de 21 anos, cuja identidade não foi divulgada.
Veja quem são os feridos
- PM Diogo Marinho Rodrigues, baleado durante a operação. Ele passou por cirurgia e está em estado grave no Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV);
- Wander Souza dos Santos, de 21 anos, morador da Fazendinha. Ele foi atingido de raspão no quintal de casa, enquanto se preparava para uma ir a uma entrevista de emprego. O jovem está internado no HEGV e seu estado de saúde é estável;
- Anna Luiza Barbosa Roupa, de 19 anos, baleada de raspão na cabeça. Ela também foi levada para o HEGV, recebeu atendimento e foi liberada;
- José Batista da Silva, de 78 anos, baleado no peito. Ele foi levado para a UPA do Alemão. Não há informações sobre o seu estado de saúde;
- Juan Torres, de 19 anos, baleado na cabeça. Ele foi socorrido e levado para a UPA do Alemão. Por causa da gravidade dos ferimentos, Juan foi transferido para o Hospital Municipal Souza Aguiar. O estado de saúde é grave;
- Rosinei Ribeiro da Silva Viana, de 32 anos;
- Idoso de 61 anos baleado no ouvido direito;
- Moradora de 32 anos foi baleada de raspão e levada para a UPA do Alemão.
A nona pessoa, ainda não identificada, também foi levada para a UPA da região. O corpo do jardineiro Carlos André será sepultado às 16h de sábado (25), no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio. Ainda não há informações sobre o enterro dos demais mortos.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) informou que investiga as mortes de quatro homens e um adolescente durante confrontos nos complexos da Penha e do Alemão.
Balanço da megaoperação
A ação policial no Complexo do Alemão e na Penha ocorre no dia do aniversário do criminoso Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, chefe do tráfico da Penha. Considerado um dos traficantes do alto escalão no Comando Vermelho e um dos criminosos mais procurados do Rio, o criminoso completa 55 anos nesta sexta-feira (24). Doca, que batizou a sua quadrilha como "Tropa do Urso", está à frente, segundo as investigações da Civil, de dezenas de invasões sangrentas em comunidades do estado nos últimos três anos.
De acordo com a Polícia Militar, a ação tem como principais objetivos controlar ações de criminosos e combater o roubo de veículos e cargas na região metropolitana. Policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) apreenderam cerca de uma tonelada de material entorpecente, materiais para endolação e uma carabina. Uma granada foi encontrada em uma via e houve apreensão de armas. As equipes localizaram ainda uma estufa de maconha.
Dois suspeitos foram detidos, um aparelho de ar condicionado, uma geladeira e um fogão foram recuperados. Aproximadamente 18 toneladas de materiais diversos foram retiradas, um total de 27 barricadas retiradas e 13 ruas liberadas. Durante a operação, a Polícia Civil prendeu um homem, foragido do sistema penitenciário.
Cerca de 500 policiais ainda atuam na região com apoio de 12 veículos blindados, dois helicópteros, além dos equipamentos para remoção de obstáculos das vias, operados pelo Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE). O Grupamento Especializado de Salvamento e Ações de Resgate (GESAR) também atua preventivamente em conjunto com uma ambulância blindada.
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