Cristina Pages foi transferida de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, para o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, na Gamboa, zona portuária do RioMauricio Bazilio / Divulgação
Com 14 semanas de gestação, a paciente foi imediatamente levada para o CTI e avaliada pelo médico intensivista e o obstetra. Cristina apresentava febre de 38 graus e baixo nível de plaquetas (plaquetopenia). Ela foi submetida a exames e apresenta quadro de saúde estável.
"Tive os sintomas clássicos de dengue, que são febre intensa, dor no corpo, dor de cabeça e atrás dos olhos. Depois, comecei a sentir fortes contrações no abdômen. Então, os médicos me transferiram da maternidade para este hospital. Minhas plaquetas chegaram a 28 mil e, depois do tratamento, elas já começaram a subir", disse Cristina.
De acordo com o infectologista José Pozza, a gestante deve procurar imediatamente atendimento médico, pois os sintomas da dengue se assemelham com os de outras doenças.
O médico também fala sobre a relação que a doença pode ter com o feto. "No primeiro trimestre, há maior risco de eventos neurológicos no bebê, e no terceiro trimestre, o mais preocupante é o risco de hipertensão gestacional. Apesar de não haver um relato específico de a dengue afetar diretamente o bebê, alguns dados sugerem maior risco de morte fetal. Também existem alguns relatos de risco de dengue congênita, quando a infecção ocorre muito perto do dia do parto", afirma.
Para o infectologista Renato Satovschi Grinbaum, ao suspeitar de dengue, a gestante deve procurar atendimento médico para um rápido diagnóstico. Ela não deve recorrer ao autotratamento, uma vez que nem mesmo a vacina é recomendada para gestantes. Além disso, o organismo da mulher já está mais sobrecarregado, o que aumenta as chances de desidratação e queda da pressão. Por isso, a ingestão de água deve ser reforçada neste período.
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