Rio - O Sindicato TransÔnibus publicou, nesta quinta-feira, comunicado informando que a tarifa de ônibus em Nilópolis, Região Metropolitana do Rio, está com uma defasagem de 25,3% no valor. Entre os motivos para desequilíbrio está o aumento do Imposto sobre Serviço (ISS), solicitado pela Prefeitura e aprovado pela Câmara Municipal.
A alíquota do imposto em Nilópolis passou de 0,01% para 5% - um aumento de 50.000%. Além do aumento do tributo, o setor de ônibus de Nilópolis enfrenta queda de 25% no número de passageiros nos últimos 12 meses, em comparação ao mesmo período anterior. Na prática, de cada 4 passageiros, 1 deixou de andar de ônibus na cidade.
"Esta queda é reflexo da concorrência com o transporte alternativo e os aplicativos, além do desemprego e da violência", explica Jorge Murilo, superintendente do TransÔnibus.
O sistema municipal de ônibus de Nilópolis também tem sentido os reflexos dos últimos reajustes dos principais custos do setor, como mão de obra (reajuste de 4% no salário dos rodoviários) e o combustível (que ficou 8,7% mais caro).
A remuneração da categoria e o custo do óleo diesel têm um impacto de 45% e 20% no cálculo da tarifa, respectivamente. Para efeito comparativo, se a tarifa fosse R$ 1,00, cada vez que o usuário passasse na roleta, pagaria R$ 0,45 de mão de obra e R$ 0,20 ao combustível.
"A Prefeitura e Câmara foram alertadas oficialmente sobre a defasagem da tarifa. Estamos à disposição do poder público para buscar soluções que garantam o equilíbrio do sistema de ônibus nilopolitano", esclarece Murilo. Procurada pelo DIA, a prefeitura informou que não recebeu nenhum comunicado por parte do Sindicato TransÔnibus informando tal defasagem. O sindicato informou, nesta sexta, ter protocolado o ofício no dia 9 de outubro.