Nova Iguaçu - Intolerância tem sido a palavra mais temida nas últimas semanas para líderes religiosos, principalmente na Baixada, depois de uma série de ataques a terreiros de Umbanda e Candomblé, em Nova Iguaçu. Para dar um basta nessa situação, representantes de diversas religiões na região viram na união, mesmo cada um com sua fé, a fórmula para promover a paz.
"Mais do que nunca devemos nos unir, nos fazer ouvir e respeitar, independente da religião", disse a umbandista Marilena Mattos, da Casa de Claudia, que fica em São João de Meriti. Para Iyá Lúcia de Oxum, o momento é de responsabilizar as autoridades. "Ficou um trauma para estas pessoas que foram ameaçadas e tiveram que negar sua fé. As autoridades têm responsabilidade no que está acontecendo por ter se omitido por tanto tempo. Chegou a hora de mudar isto", declarou.
Juntar líderes das mais diferentes religiões foi a maneira encontrada para se posicionar contra os últimos acontecimentos e impedir que outros ataques sejam realizados. "O que está acontecendo não é culpa da religião, mas de pessoas. Vamos continuar unidos e provar isto", apontou o sheik Mahdi Soltani.
A evangélica Maria da Fé, representante da igreja Metodista e integrante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, se sente envergonhada. "Estas pessoas estão usando o nome da religião de forma errada, não nos representam. Estou aqui para provar isso. Luto e milito contra a intolerância seja a qual religião for".
Neste domingo, eles vão se reunir no posto 6 da Praia de Copacabana, às 13h, para a 'Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa'. No sábado, eles se reuniram em Nova Iguaçu para discutir estratégias para vencer a intolerância e o racismo religioso. Ao que tudo indica, a agenda de eventos ecumênicos vai percorrer a Baixada.