Rio - Marcado para acontecer neste final de semana, o chamado `Festival de Artesanato Vem Pra Brasil´, em Volta Redonda, no Sul Fluminense, está gerando polêmica. Tudo porque a Praça Brasil, a principal do município, na Vila Santa Cecília, vai reunir artesãos, mediante ao pagamento de uma taxa individual de R$ 150 a duas mulheres. Um grupo de artesão, revoltado com o que chamam de “privatização de espaço público”, promete fazer uma manifestação nas redes sociais e na própria praça.
“É um absurdo. Nossa categoria já é sofrida ao extremo, ainda mais com essa crise. E ainda temos que pagar para participar de um evento num espaço que é do povo?”, questiona uma artesã, que se identificou como Marianita Dalva da Luz, 39 anos, especialista em fabricar bijuterias com materiais recicláveis. “Vamos denunciar isso formalmente ao Ministério Público”, adiantou uma internauta.
Em nota, a Prefeitura de Volta Redonda argumentou que “a referida feira é uma iniciativa privada e qualquer cobrança referente à sua participação, diz respeito aos organizadores”. E prossegue: “A secretaria de Cultura de Volta Redonda, apenas autorizou o uso da praça pública, por se tratar de um apoio aos artesãos de Volta Redonda. A prefeitura não tem autonomia sobre a organização do evento”.
Em áudio nas redes sociais, a jornalista Renata Inácio, organizadora do evento, junto com a artista plástica Melissa Pagano – as duas se dizem empreendedoras, do ramo de feiras de expositores de artes -, alegam que a prefeitura, embora “esteja apoiando o evento”, não tem dinheiro para investir no projeto, e que, por isso, foi instituída a taxa para “cobrir custos”. No áudio, Renata ressalta para a “grandiosidade cultural” do festival, adiantando que a iniciativa poderá ser fixada no calendário cultural do governo municipal, com periodicidade prevista para ser mensal ou bimestral.
Mesmo a prefeitura garantindo que não tem autonomia alguma sobre o evento, o festival consta no roteiro das festividades do aniversário de 63 anos de Volta Redonda, conforme o site www.portalvr.com. Na programação do festival, amplamente divulgada na internet, a organização deixa claro que a iniciativa é “uma parceria público-privada e não uma participação pública gratuita”. “Conquistamos um espaço para a classe criativa expor seus talentos, com o objetivo de fortalecer a economia criativa da cidade. A taxa é para cobrir despesas com estrutura, organização e desenvolvimento do festival, que terá limitação de 25 expositores”, diz o texto. O festival acontece sábado e domingo, de 10h às 19h, na Praça Brasil.