Marcia Lucas, secretária de Saúde de São João de Meriti - Divulgação/Beto Franzen
Marcia Lucas, secretária de Saúde de São João de MeritiDivulgação/Beto Franzen
Por O Dia
No dia 20 de maio, foi inaugurado o primeiro andar do Hospital Municipal de São João de Meriti - Abdon Gonçalves, que completou quatro meses neste domingo, 20. A unidade de saúde mudou a vida de quase meio milhão de meritienses que nunca havia tido um hospital municipal para atender à população, possuindo, ao longo de sua história, apenas UPAs e postos de saúde.
O prédio, no bairro Jardim Meriti, abrigava o antigo Posto de Assistência Médica - PAM, até então, maior unidade de saúde da cidade e teve as obras de reforma adiantadas para receber os pacientes vítimas do novo coronavírus, passando a contar com 30 leitos de UTI, habilitados no Ministério da Saúde. A unidade continua em obras no segundo e terceiro andar, e futuramente irá receber mais 60 leitos.
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Nesses quatro meses de existência, o Hospital Municipal recebeu 201 pacientes graves de covid-19 para internação e, por meio dos esforços das equipes e do apoio das famílias, mais da metade deles conseguiu se recuperar e ter alta.
Novos leitos de UTI no Hospital Municipal de São João de Meriti - Divulgação
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Acompanhe a entrevista:
Como secretária da pasta, como foi inaugurar o primeiro hospital municipal da cidade?

Motivo de muito orgulho para mim e para toda nossa equipe, afinal é uma grande conquista da nossa gestão e um legado para a cidade. O antigo PAM, há anos, não conseguia mais atender nossa população como deveria.
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Como era antes?

Antes do hospital, o paciente de covid-19 era transferido da UPA de Jardim Íris para CTIs de municípios distantes como Volta Redonda, o que o deixava longe da família e por vezes sem notícia alguma.

Com a abertura do hospital, o morador passou a ficar aqui mesmo, e com isso notamos que o simples fato dele estar internado perto de sua família já ajudava muito no seu tratamento. Além disso, nós ainda temos o hábito de fazer ligações por videochamada com a família, o que ajuda todos os lados.
Como vai ser após a pandemia?

Vamos passar a internar pacientes com outros problemas de saúde que não sejam covid-19. Quando a ampliação final acabar, vamos ter dois centros cirúrgicos grandes, um CTI, setor de hemodinâmica (para angioplastia e cateterismo por exemplo) e cirurgias. Colocaremos mais 60 leitos de internação e ambulatório e ainda estudamos a implantação de um setor de oncologia.
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Nesses quatro meses, o que mais chamou ou chama sua atenção?

Sem dúvida o tempo médio de internação dos pacientes. Em geral, em outros hospitais, a pessoa, com o mesmo problema de saúde, fica internada por cerca de dois meses, já em nossa unidade a média de internação varia entre 20 e 25 dias.

Sair do CTI nesse prazo, após ter chegado tão debilitado é motivo de muito orgulho pra gente, eu fico muito emocionada com o trabalho desenvolvido pelas equipes. Tivemos casos de pessoas com mais de 90 anos recebendo alta.
Valeu a pena toda essa mudança?

Transformar a UPA no nosso primeiro hospital municipal valeu, tem valido e ainda vai valer muito a pena, nossa gestão tem muito foco e não vamos perder isso.
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