Ao comunicar à prefeitura, Leandro recebeu a notícia de que o município não realiza esse tipo de serviçoArquivo familiar

Por Renata Cristiane
Imagine estar dentro de uma casa com um familiar morto há dois dias? Foi isso que aconteceu com Leandro Mendonça, morador da Região dos Lagos, de São Pedro, Campo Redondo. Seu irmão, Carlos Mendonça, foi encontrado dentro de casa, já sem vida, após três dias sem dar notícias. A família afirma que a Polícia Civil não fez a remoção do corpo e, ao entrar em contato com a Prefeitura, receberam a informação de que esse tipo de serviço não é realizado no município.
A Polícia Civil esteve no local, realizou um boletim de ocorrência e afirmou que Carlos teve uma morte súbita e que, portanto, a família deveria contatar alguma funerária para recolher o corpo ou com a prefeitura. Milton Siqueira, delegado da 125ª DP, afirmou que “a pessoa aciona o 190 e a PM vai até o local verificar se existe algum sinal de violência e em que circunstância a pessoa faleceu. Depois, um parente vai até a delegacia solicitar a remoção do cadáver”.
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Ao comunicar à prefeitura, Leandro recebeu a notícia de que o município não realiza esse tipo de serviço. Após diversas tentativas, familiares decidiram que, para adiantar o processo, seria “mais fácil” juntar dinheiro através de vaquinha e contratar a funerária. “Conseguimos o valor que a funerária pediu, R$ 1.500,00 e removemos o corpo. Fico imaginando quem não tem dinheiro na hora. Já estava fedendo, cheio de moscas em cima… Se fôssemos tentar outro recurso, demoraria muito”, afirmou.
Na tarde desta quarta-feira (16), após o Dia entrar em contato com a prefeitura, a Defesa Civil foi acionada, mas não efetuaram o serviço, pois a família já tinha conseguido o dinheiro para contratar a funerária.
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Ao ser questionada sobre a realização desse tipo de ação, a Prefeitura de São Pedro afirmou que o município oferece o auxílio funeral a famílias carentes, desde que o serviço seja acionado por algum familiar.