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Quanto custa a violência? Será possível expressar em dinheiro? Para quem já passou por situação em que foi vítima de alguma violência, teve sequelas físicas ou perdeu ente querido por conta de assalto ou imprudência de trânsito, certamente responderá que não. É difícil mensurar em valor a dor da perda. Seja de objeto conquistado com trabalho honesto, como carro ou celular, seja, ferimento corporal ou morte de pessoa próxima. Como se fala popularmente, não há dinheiro que pague, porque ultrapassa o racional e afeta o emocional

Mas a economia tenta dar números a isso, sendo possível mensurar, ainda que as devidas reservas, o custo que o aumento da violência acarreta em nossas vidas. Estudos relativamente recentes (BID 2014 e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública 2014/2013) mostram que o Brasil compromete entre 3% e 5% do PIB com a violência. Os EUA, uma das nações mais armadas do mundo, gastam 1% do PIB e a Região da União Europeia, que vive em constante sobressalto com os ataques terroristas, compromete 1,3% do PIB.

Pesquisadores apuraram que a violência impulsiona gastos com itens de menor peso nos demais países, como segurança privada e aumento dos custos das apólices de seguro (vida e furto), principalmente de veículos. Os especialistas, no entanto, acreditam, que se fosse incluído o custo social, a conta chegaria até 5% do PIB brasileiro. Porque o gasto com tratamento médico contínuo (fora o emergencial) e da invalidez não estão no levantamento.

O Rio é uma cidade de contrastes, em meio às notícias negativas da Rocinha, promoveu o Rock in Rio, simultaneamente, com público de 700 mil pessoas, sem nenhuma ocorrência grave de violência. Agora chega notícia de um levantamento do Instituo de Segurança Pública, de que o roubo de carros cresceu 51% em comparação com o ano anterior. A cada dez minutos um carro é roubado na cidade. Como contrapartida, a subida do valor das apólices de seguro de 15%. Há seguradoras que recusam veículos de quem mora em bairros com alta taxa de furto e roubo.

Para a economia, tudo isso é muito ruim. As pessoas mudam hábitos, ficam mais reclusas. O comércio perde, o entretenimento noturno encolhe, bares e restaurantes cada vez mais fecham as portas em muitos bairros, principalmente os de rua. Quando a economia não gira, o estado e a prefeitura deixam de arrecadar tributos. Iniciativas como Rio de Janeiro a Janeiro, com 100 atrações para 2018, com pelo menos um grande evento por mês é muito bem-vinda.

 

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