Rio - Faltam três meses para as eleições e ninguém sabe ao certo quem são os candidatos. A inexistência de propostas concretas não permite que se tome decisões empresariais importantes na economia. Em termos práticos, como não se sabe o que vai acontecer com o país, não há novos investimentos o que mantém os indicadores de desemprego em alta.
Some-se a esse cenário, os reflexos da greve dos caminhoneiros, que como já se sabe, fez a nossa economia encolher. Mais do que isso, a confusão expôs a fragilidade das autoridades no Brasil, o que aumentou a desilusão com o país.
Em paralelo, o Congresso em fim de mandato, aproveitou o entorpecimento com a Copa e que muitos parlamentares não serão reeleitos, aprovou aumentos dos gastos públicos.
Imagina que você é o presidente de grande empresa e que tem de justificar decisões para acionistas. Como aumentar o investimento na produção e gerar empregos com a falta de previsão do futuro? Como contratar sem saber os pontos da Reforma Trabalhista que valem? Como montar orçamento se a previsão do PIB caiu para 1,5% em 2018? Como atuar em certos segmentos empresariais se as agências reguladoras estão lotadas por indicações políticas?
Por isso tudo é que, cada vez mais, se tem certeza de que é muito difícil ser empreender ou arranjar um emprego decente no Brasil. Pesquisa de empresa de consultoria de RH, a BCG, apurou que 75% dos jovens com 'superqualificação' desejam deixar o país e tentar a vida fora. Em outras palavras, quem fala outra língua, tem cidadania estrangeira ou formação especializada, acha que a melhor saída é o aeroporto.
É preciso mudar a perspectiva que temos do país e fazer com que ele dê certo.
Gilberto Braga é professor de finanças o Ibmec e da Fundação Dom Cabral