Com cara de SUV, o hatch aventureiro se adapta bem a qualquer terreno e mostra força para brigar por espaço no segmento
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Com cara de SUV, o hatch aventureiro se adapta bem a qualquer terreno e mostra força para brigar por espaço no segmento Divulgação
Por Lucas Cardoso

Rio - O T40 é a prova de que a JAC vem se esforçando para agradar o público brasileiro e melhorar a qualidade dos seus modelos. Inicialmente pensado como um hatch, o SUV compacto com jeitão aventureiro utiliza a plataforma do J3 e tem design italiano. Para o preço inicial de R$ 57,990, o modelo é acima da média no quesito equipamentos. Se esquecermos a desconfiança com carros chineses o que, aliás, é coisa do passado o modelo da JAC chega para mostrar que o alto investimento colocado na criação do carro e o esforço para agradar podem trazer bons frutos.

Durante pouco mais de uma semana, o Automania testou o modelo em diferentes situações que exigiram bastante versatilidade. Foram mais de 300 km do Rio até Cachoeiras de Macacu, com trechos urbanos com muito trânsito e estradas vicinais repletas de terra, pedras soltas e costelas de vaca.

Com poeira por todos os lados, a cor Laranja Terracota do modelo testado ficou quase como uma camuflagem. O carro fez bem as subidas e descidas de terra. Seu motor, um 1.5 flex de 16 válvulas, com 125 CV na gasolina e 15,2 nm de torque, combinado a um câmbio manual de 5 marchas e direção elétrica, aguentou bem o tranco.

Com cara de SUV, o hatch aventureiro se adapta bem a qualquer terreno e mostra força para brigar por espaço no segmento - Divulgação

Apesar da força, a transmissão com seus engates longos poderia ser mais ajustada para evitar falta de potência em algumas marchas, principalmente na quarta posição. Mas nada que atrapalhe situações naturais de condução, como ultrapassagens, ladeiras e outras tarefas que exijam do propulsor. No quesito suspensão, com três passageiros, todos bem acomodados, e mala com capacidade de 450 litros praticamente lotada, o conjunto se mostrou firme, passando de maneira quase imperceptível pelas irregularidades do solo. O consumo médio ficou em 10 km/l.

Os equipamentos presentes no SUV aventureiro ajudaram no controle do carro, além de terem garantido a segurança. Alguns dos itens que valem destaque, presentes desde a versão mais barata (R$ 57.990), são: controles de estabilidade e tração, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, assistente de partida em rampas, faróis com acendimento automático, e luzes de conversão estática, que acompanham o movimento do volante. O modelo também está equipado com banco do motorista com regulagem de altura, direção elétrica, ar-condicionado e rodas de liga leve de 16 polegadas.

Já na versão testada (versão completa) há também iluminação diurna de leds, câmera de ré, central multimídia de oito polegadas com tela sensível ao toque, piloto automático, acendimento automático dos faróis, bancos em tecido especial, volante em couro e uma câmera para filmar o percurso instalada no para-brisa. Só nesses itens citados, considerando o valor de R$ 60.990, podemos colocar o T40 como competidor forte contra seus principais concorrentes, como o Chevrolet Onix Activ (R$ 59.950), Hyundai HB20x (R$ 59.845), Renault Sandero Stepway (R$ 58.240) e Volkswagen CrossFox (R$ 71.900).

Menos é mais

No interior, o destaque vai para a maneira sóbria como a marca conduziu o design. O visual combina o plástico duro e algumas partes com material agradável ao toque, nenhuma rebarba, nenhum parafuso visível e a presença de poucos materiais combinados. O quadro de instrumentos também tem boas escolhas e termina por ser agradável e prático. A central multimídia também é de fácil utilização e se conecta muito bem aos sistemas Android e iOS. Só sentimos falta do GPS. Ainda no quesito interior, podemos citar três pontos negativos: a ausência de um espaço para colocar o celular, a escolha pelo material que reveste o teto e a presença de apenas uma porta USB. Um computador de bordo com tela maior e a colocação de luz de salão para quem senta atrás também cairiam bem.

Para concluir, não há modelos disponíveis no mercado que sejam tão espaçosos e tenham tantos equipamentos ao custo de menos de R$ 60 mil. Em alguns casos, até veículos de maior valor carecem de equipamentos que estão presentes no T40. A tarefa mais árdua para o SUV chinês é, sem dúvida, vencer a desconfiança do público brasileiro, que ainda existe. Mas, com tudo que oferece, o modelo tem ótimas condições para vencer essa barreira. E, neste próximo ano, com a chegada da versão automática com câmbio CVT, o T40 tem tudo para alavancar as vendas da JAC no país.

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