A decisão foi tomada, por unanimidade, pelos ministros do Superior Tribunal Militar na quinta-feira
A decisão foi tomada, por unanimidade, pelos ministros do Superior Tribunal Militar na quinta-feiraDIVULGAÇÃO
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Condenado em 2016 a mais de dez anos por desvios de R$ 10.863.486,30, o coronel do Exército Airton Quintella de Castro Menezes perdeu o posto e a patente. A decisão, por unanimidade, foi tomada pelos ministros do Superior Tribunal Militar (STM), quinta-feira, em Brasília. O pedido foi feito pelo Ministério Público Militar (MPM) com base em investigações que apontaram um esquema de corrupção com outros militares e civis de 1993 a 2003, no Comando da 1ª Região Militar, no Rio de Janeiro.
Segundo o MPM, os processos administrativos eram montados na seção competente e remetidos à área de finanças, onde era realizada a operação de dados e confecção das ordens bancárias.
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LARANJAS NO ESQUEMA
Os documentos eram encaminhados ao banco com dados de pessoas 'laranjas', ligadas aos acusados, que deixavam cheques em branco assinados com os membros da quadrilha para saque e distribuição dos valores recebidos indevidamente.
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"Não havendo dúvida de que o citado oficial (...) na qualidade de ordenador de despesas da Unidade Militar, além de caracterizar gravíssima infração penal, consubstancia clara violação do dever de fidelidade com a instituição a que serve", sustentou o MPM.
O advogado do oficial, Ricardo de Oliveira Mantuano, defendeu que não há provas de que o réu obteve vantagem econômica. "O simples fato de 'causar prejuízo' à Administração Pública configura improbidade administrativa", afirmou em defesa oral na Corte, afastando a tese do crime de estelionato.
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O ministro Cleonilson Nicácio Silva rechaçou. "Os militares das Forças Armadas, além de lidarem com valores únicos como a vida e a soberania do Estado, também lidam com o patrimônio e a ordem pública, o que lhes exige retidão de comportamento, inclusive, na vida particular", alegou. Sustentou ainda que o oficial na condição de chefe da Seção de Finanças e Ordenador de Despesas não poderia coordenar atividade criminosa.