Os macacos não são transmissores da febre amarela. Pelo contrário. Eles são tão vítimas da doença quanto os humanos. Quem transmite a febre amarela são algumas espécies de mosquitos. As redes sociais estão cheias de campanhas alertando para os ataques aos macacos após os casos da doença. Muitos deles têm sido mortos por quem acha que esses animais são transmissores da febre amarela. Maltratar e matar animais é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais. A pena é de prisão de três meses a um ano e multa.
"Os macacos são nosso alerta para identificar quando a doença está ativa em determinada região. É que, quando eles começam a morrer, é possível saber que a febre amarela está ativa naquela região e pode estar se aproximando", explica o veterinário responsável pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), da Universidade Estácio de Sá, Jeferson Pires.
A febre amarela do tipo silvestre, a que está se alastrando pelo país, é transmitida por algumas espécies de mosquitos. Já a urbana - ainda não foi registrado nenhum caso desse tipo - é causada pelo Aedes Aegypti, o mesmo mosquito que transmite a degue, zika, chicungunha nos humanos, e a dirofilariose, a doença do verme do coração, em cães e gatos.
Grande parte das espécies de macaco é sensível à doença, mas algumas são mais que as outras. O macaco bugio é o mais suscetível das espécies. E Jeferson faz um alerta: caso encontrem algum macaco morto ou que pareça doente não pegue o animal, não tenha nenhum tipo de contato com ele. O certo a se fazer é entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica do seu estado. No Rio, é possível fazer isso também pelo aplicativo SISS-Geo, da Fiocruz, ou ligar para o 1746 da prefeitura.
