Macacos foram encontrados mortos na Floresta da Tijuca. Exame apontou envenenamento. - WhatsApp
Macacos foram encontrados mortos na Floresta da Tijuca. Exame apontou envenenamento.WhatsApp
Por MARIA INEZ MAGALHÃES

Desde que a febre amarela voltou a aparecer no estado do Rio esse ano, 131 macacos já foram mortos. Desse total, 69%, ou seja, 90 primatas apresentaram sinais de espancamento ou de envenenamento. É que esses animais estão sendo mortos por pessoas que ainda acham que eles são os causadores da doença, apesar das milhares de informações esclarecendo a população que isso não é verdade. A febre amarela é transmitida pela picada de algumas espécies de mosquito.

Os dados são da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa) da prefeitura do Rio, responsável pelo Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, que vem recebendo os animais recolhidos em todo o estado para necrópsia. O balanço divulgado Vigilância Sanitária do município aponta ainda que 32 dos 131 macacos mortos foram encontrados na cidade do Rio.

De novo: o macaco não transmite a febre amarela. Os transmissores da doença são algumas espécies de mosquito que infectam tanto os macacos quanto os humanos por meio da picada. Sim, você já leu isso aqui no site, está lendo agora e vai ler outras tantas vezes. Já virou um mantra.

E por que os macacos estão sendo atacados? É que alguns foram mortos pela doença. Mas, para que isso acontecesse, os primatas tiveram que ser picados pelo mosquito transmissor da febre amarela. Então, eles são tão vítimas quanto os humanos. E ainda são nossos aliados no combate ao problema porque, quando um macaco é achado morto por febre amarela indica que, naquele local onde ele foi encontrado, há a presença do vírus da doença, e isso serve de alerta às autoridades para que tomem medidas e combatam o problema.

  

Disque Denúncia do RJ faz campanha contra maus-tratos a macacos

E os números de macacos mortos pela ação humana têm preocupado órgãos ambientais. O Parque Nacional da Tijuca, no Rio, por exemplo, está fazendo campanhas nas redes sociais para desmitificar a ideia de que, sacrificando os animais, pode-se evitar a doença em humanos.

Como informei ontem aqui, a Linha Verde, programa do Disque-Denúncia específico para crimes ambientais no Rio de Janeiro, lançou uma campanha contra as agressões aos macacos. As denúncias podem ser feitas por meio dos telefones 2253-1177 (para chamadas na capital) e 0300-253-1177 (interior do estado, custo de ligação local) ou por aplicativo para celulares. De acordo com a legislação ambiental, matar animal silvestre é crime e o autor pode ser condenado a uma pena de seis meses a um ano de detenção, além de multa.

 

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