Rio - No trabalho de reconstrução da equipe, o Fluminense terá um teste de fogo contra a Caldense, nesta quarta-feira, às 19h30, em Poços de Caldas (MG). Não pela qualidade do adversário, mas pelo panorama que envolve a estreia na Copa do Brasil. Sob grande desconfiança da torcida, o time pode até empatar para se classificar. Uma eliminação precoce pioraria ainda mais o péssimo ambiente no clube, que na terça-feira viu um grupo de mais de 100 torcedores invadir a sede das Laranjeiras para protestar depois de pichar os muros da sede.
Inconformados com a sucessão de notícias ruins - as últimas são a saída de Henrique Dourado para o Flamengo e a possibilidade de perder R$ 4 milhões na venda de Diego Souza - um grupo de torcedores interrompeu a reunião do Conselho Deliberativo, encheu as galerias do salão nobre e gritou palavras de ordem contra o presidente, Pedro Abad, e seu grupo político Flusócio. A PM precisou ser chamada, mas não houve maiores problemas para o grupo sair, apesar da confusão. Do lado de fora, eles seguiram com o protesto em um clima tenso, com direito a fogos de artifício e bombas.
Além da tensão entre torcedores e diretoria, há o clima de incerteza fora de campo. Se dessa vez jogará sem a pressão da torcida, o Fluminense tem outra preocupação: quitar os vencimentos atrasados. O prazo final é até hoje e o não cumprimento piorará ainda mais o ambiente, já que a insatisfação dos jogadores é grande. Por isso, o clube tem trabalhado para conseguir colocar o dinheiro na conta.
"A gente está aguardando. Até para nos dar tranquilidade, para que a gente venha a desenvolver nosso trabalho. Não que isso venha a mudar nossa dedicação e profissionalismo em momento algum. Até porque são nossos nomes que estão em causa", afirmou o goleiro Júlio César.
Ainda assim, o grupo tenta deixar os problemas extracampo de lado para buscar a classificação na Copa do Brasil. Até porque uma eliminação precoce faria o clube deixar de arrecadar mais: disputar a próxima fase garantirá mais R$ 1,2 milhão.
