O bloco Amigos da Onça é um dos que sai de madrugada na maior animação
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O bloco Amigos da Onça é um dos que sai de madrugada na maior animação REPRODUÇÃO
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Depois de anos com a tendência de antecipar os blocos para o período da manhã, o Carnaval de rua do Rio volta a atrair cada vez mais foliões para a noite. Entre os maiores grupos que fogem do sol, estão o Minha luz é de led, Amigos da Onça e Viemos do Egito. Mas a lista completa vai muito além e em todos os bairros.

O "Amigos da Onça", na rua desde 2012, arrastou uma multidão na madrugada no último Carnaval e espera ainda mais gente este ano. "Como nós não somos um bloco oficial (com permissão da prefeitura), é mais fácil para gente organizar o bloco à noite. Durante o dia, a locomoção é mais complicada e a noite é mais fresco. Nossa identidade é a noite!", explica Diogo Rodrigues, produtor do desfile, explicando que o horário e local são divulgados em cima da hora e no boca a boca.

A atriz Ana Elisa Schumacher, de 23 anos, virou fã dos blocos da madrugada. "Meu primeiro foi o Minha Luz é de LED há uns três anos. Depois, o Amigos da Onça e, agora, vou a qualquer um que vá madrugada adentro. O Carnaval acontece em pleno verão carioca, estamos falando de 40 graus. Só de não ter um sol escaldante na nossa cabeça e o bafo quente do asfalto subindo já é lucro", conta ela.

O transporte não é para problema para Ana Elisa que conta com o metrô 24 horas na época da folia. Já a foliã e Visual Merchandiser Bruna Albuquerque, 27 anos, moradora de Niterói, usa os aplicativos de transporte para garantir a ida e a volta para os desfiles. Ela diz tomar alguns cuidados em relação à segurança. "Procuro sempre ir com um bom número de amigos. Nem ao banheiro vou sozinha. Mas nunca passei por situação desagradável", conta.

O Minha luz é de LED se prepara para o seu quinto cortejo pelo Centro. Tocando de axé até música eletrônica, o bloco sai na quinta-feira antes do Carnaval e usa a mesma estratégia de outros blocos não 'oficiais': só divulga o local algumas horas antes nas redes sociais. Para bancar o desfile, os organizadores realizam festas fechadas com venda de ingressos. "A gente se preocupa em acabar quando está amanhecendo porque é quando não dá mais pra ver o LED. No nosso cortejo só não é bem-vindo quem é homofóbico, racista e misógino. De resto, todo mundo pode chegar", conta Julia Jacobina, uma das produtoras do bloco.

Fora do Centro, os blocos noturnos também se proliferam. Na Zona Oeste, o Alegria de São Bento e Xupa que eu Gamo estão entre eles. A lista oficial dos blocos de rua será divulgada pela prefeitura amanhã. Segundo a Riotur, todos os blocos autorizados, independente de horário, vão ter o apoio dos órgãos públicos.

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