Delegado Fábio Monteiro - Facebook
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Por Bruna Fantti

A Polícia Civil está tratando como latrocínio a execução do delegado Fábio Monteiro, 39 anos, morto com pelo menos dois tiros ontem, no Jacarezinho. Monteiro, que era lotado na Central de Garantias Norte, saiu da Cidade da Polícia para almoçar por volta das 12h30, acompanhado, segundo delegados, de uma aluna, que não teve o nome divulgado. O delegado também era instrutor da polícia e dava aulas em cursos preparatórios para concursos.

A cerca de 200 metros da Cidade da Polícia, o carro que ele estava, pertencente à mulher, entrou na passagem de nível conhecida como Buraco do Lacerda. A via passa no meio da favela do Jacarezinho e liga a Avenida Dom Helder Câmara à Rua Bráulio Coelho. No local, foi abordado por cinco criminosos que queriam roubar o carro e foi reconhecido. "Pelo o que soube, neste momento, a mulher conseguiu correr. Ele foi revistado e morto. Não houve tortura, foi algo rápido", afirmou um delegado que atua na delegacia da Rocinha e que se juntou a um grupo de 50 delegados que, sensibilizados com a morte do colega, se reuniram na Cidade da Polícia.

Após matarem o delegado com pelo menos dois tiros, os criminosos o colocaram no porta-malas do carro e abandonaram o veículo na Dom Helder Câmara, a cerca de 100 metros de uma cabine da Polícia Militar. Três bandidos correram para o Jacaré, outros dois para o Parque Arará. "Cheguei aqui 10 minutos após eles terem abandonado o carro, às 13h10. Preservamos o local, até começar uma chuva forte. O veículo foi levado para dentro de uma área da Marinha", disse um tenente do 22ºBPM (Maré). No carro, além do distintivo do delegado, foram encontrados livros didáticos de Direito e um crachá de uma feira policial.

O delegado Marcos Castro, chefe operacional em exercício, coordenou uma operação organizada após a morte de Monteiro, que mobilizou 31 delegacias Jacarezinho. "Nesse momento, estamos garantindo o trabalho de perícia e investigação da Delegacia de Homicídios. O próprio delegado Rivaldo Barbosa (titular da DH) está cuidando do caso e andando livremente na favela. Isso só é possível devido à operação", afirmou.

A operação, que durou cinco horas, foi marcada por tiroteios e cerca de 60 pessoas foram levadas para averiguação. Pelo menos um suspeito foi baleado. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra cerca de 40 pessoas detidas, andando de mãos dadas, sendo levadas para a Cidade da Polícia. Os serviços de atendimento à população no local foram suspensos. "Vim fazer queixa que meu marido não paga pensão alimentícia, mas falaram que hoje ninguém está atendendo", afirmou uma mulher, proibida de entrar na central de delegacias.

O secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, classificou o assassinato como "atentado à democracia". Monteiro entrou para a polícia como oficial de cartório em 2002, foi agente federal e passou no concurso para delegado em 2012. Ele era casado e deixa dois filhos, de 1 e 4 anos.

PM à paisana é baleado em Ipanema
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Um tiroteio em plena luz do dia causou correria e desespero na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema. O confronto ocorreu ontem quando um PM à paisana tentou impedir que quatro criminosos fugissem com produtos roubados de uma loja de celulares. O policial foi atingido por dois disparos na perna. De acordo com testemunhas, a vítima teria sido confundida pela PM, que atirou na sua perna. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, mas o seu estado de saúde não foi informado.
De acordo com a PM, quatro bandidos em duas motos assaltaram a loja da Claro. O PM à paisana percebeu a movimentação e tentou impedir o assalto, iniciando uma troca de tiros. O funcionário de um dos estabelecimentos da região, que pediu para não ter a identidade divulgada, disse que a ação ocorreu por volta de 12h30, e que a rua estava lotada. Segundo ele, as pessoas correram para dentro das lojas para fugir dos tiros, que atingiram pelo menos uma loja e uma banca de jornal.
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"Foi tudo muito rápido. Quando ouvi os tiros, corri para me proteger em uma farmácia. Quando parou, eu saí e vi o homem (policial) caído, baleado. Trabalho aqui há dois anos e é a primeira vez que vejo uma cena dessas", disse a comerciante Josefa Santos, de 49 anos. A Claro não comentou. Os criminosos conseguiram fugir
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