Rio -Tem bailarina no samba! E é por uma boa causa. A bailarina Ana Botafogo empresta a imagem e a simpatia como madrinha do Bloco da Solidariedade, que animou nesta segunda-feira o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), chamando a atenção da população para a necessidade de doar sangue para o período do carnaval.
“A causa é maravilhosa, a gente pode fazer a diferença mostrando essa alegria de viver, pra gente trazer o pessoal para o Bloco da Solidariedade. É isso que a gente quer, que as pessoas se engajem mais, sobretudo nesse momento, em que todo mundo só pensa em bloco de carnaval, em sair, viajar, que antes passe aqui para doar sangue. Os acidentes acontecem e o banco de sangue tem que estar coberto”, disse Ana Botafogo.
Apesar de não poder doar sangue, por não atender ao requisito de peso mínimo de 50 quilos, Ana participa da campanha há 5 anos, ao lado do dançarino Carlinhos de Jesus, padrinho do Bloco da Solidariedade há 13 anos, quando o samba animou o Inca pela primeira vez. Os dois posaram para muitas fotos com pacientes, acompanhantes, voluntários e pessoas que passavam pela rua. Carlinhos diz que é doador de sangue desde a juventude e considera a ação gratificante.
“Aqui no Inca, a gente visita as unidades, eu e Ana já fizemos show para pacientes e para a equipe de profissionais do Inca, temos esse contato. É tão feliz, tão gratificante a gente estar junto dessas pessoas que já receberam [transfusão de sangue] e estão aí lutando pela vida”, disse Carlinhos de Jesus.
Ritmistas e passistas da escola de samba Beija Flor animaram os corredores do setor de hemoterapia junto com os padrinhos e funcionários do Inca, descendo pelas escadas em direção à Praça da Cruz Vermelha, onde um carro de som ajudou a dar força para o bloco e chamar a atenção de quem passava pelo local, no centro do Rio de Janeiro.
Uma das voluntárias de hoje foi a auxiliar administrativa Verônica de Andrade Mengali, 37 anos, doadora desde 2006. Ela explica que desde 2014 passou a doar no Inca, onde a mãe passou por tratamento. “[Doar sangue] É um ato de salvar vidas. Eu acho que todo mundo deve curtir sim o carnaval, mas deveria antes passar aqui e fazer uma doação de sangue. Não só no carnaval, mas o ano todo, e são pouquíssimas as pessoas que fazem isso”.
Verônica trouxe a irmã, Natália, 31 anos, que doou hoje pela primeira vez. Mesmo sem saber do Bloco da Solidariedade, Natália diz que as duas vieram pensando no carnaval. “Ela vinha doar e eu não podia porque não tinha peso. Agora tenho e hoje tomei coragem e vim, doeu um pouco, mas dá pra doar, não é nada incômodo. Eu nem sabia que ia ter vocês [imprensa] aqui, foi surpresa. Gostei de conhecer eles [Carlinhos e Ana], mas fiquei tímida. Vou continuar vindo, deixei o nome pra doar plaqueta e medula também”.
A chefe do serviço de hemoterapia do Inca, Iara Motta, explica que o Bloco da Solidariedade mudou o padrão de doação desde o primeiro ano, deixando o instituto com estoque suficiente para o período do carnaval.
“Com o Bloco nós mudamos radicalmente nosso atendimento nesse período pré-carnaval. Antes a gente tinha uma dificuldade muito grande de ter um estoque adequado, sempre a gente ficava com estoque mais reduzido nos primeiros dias de carnaval. Hoje a gente passa o carnaval com tranquilidade, porque normalmente consegue atingir a meta”.
A meta é coletar 450 doações até sexta-feira. A doação de sangue no Inca pode ser feita de segunda a quinta-feira de 7h30 as 14h30 e na sexta-feira de 7h30 as 12h.